Ponto de Ordem

NÓS POR NÓS

Escrito por figurasnegocios

Victor Aleixo
victoraleixo12@gmail.com

Não obstante o Ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, anunciar as medidas de impacto para ajudar a população consumidora angolana, proponho que a partir de 2024 ou 2025 o executivo de João Lourenço adopte, preferentemente, que os ministros e responsáveis do Estado não rumem na importação de bens que Angola está capaz de produzir, desde comestíveis, bebíveis ou qualquer material útil.

A medida pode ser de cumprimento obrigatório e os órgãos do Estado que superintendem a fiscalização e controle das actividades inerentes à produção não devem falhar o cumprimento que se exige porque anteriormente os órgãos do governo e empresas públicas “cultivavam” tudo de importação em detrimento de produtos locais.

A história é longa mas conta-se brevemente.

No período de 1980, mais ou menos descontados, Angola deixou de produzir tanto produtos alimentares ou de higiene e básicos, tendo em conta o saneamento e organização da nossa economia que nasceu na monopartidarização e transformar-se na democracia multipartidária.No fundo, iniciou-se o Saneamento Económico e Financeiro no País e houve a transformação (depredação?)dos parques industriais importantes, como de Luanda, Benguela, Huambo, Huíla e Cabinda. As fábricas, algumas, ficaram com os antigos directores que se auto-intitularam em patrões e outras fecharam.

A partir daí, a importação de produtos, preferivelmente da Europa, era o carro-chefe das actividades em Angola e tanto no partido da situação como dos governos que surgiram formou-se dois blocos: dos que querem a produção nacional e dos que preferem a importação.Que ganhou, inclusive foram “importar” expatriados, mormente indianos e libaneses que se juntaram a portugueses e brasileiros. Desde aí a política de migração assanhou-se e pretensos empresários do nosso Continente, mormente da África do Oeste e da Ocidental entraram com bugingangas  e paleios,  por meios terrestres, como aéreos e fluviais “confiscaram” cantinas e sucedâneos dos angolanos para fazer comércio ao retalho. Enfim!

Produzimos tudo, desde derivados de frutas e vegetais, pela cutelaria, veículos motorizados, contraplacado, baterias, utensílios domésticos e até água de mesa.

Bastas vezes, implora-se produzir mais e melhor para se substituir a importação e exportar os nossos produtos, os resultados são efémeros, mas agora é para valer: nós produzirmos os nossos produtos para alcançar a auto-suficiência sobretudo alimentar. E chega de mais conversas “para boi dormir”, como dizem os brasileiros.

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