Ponto de Ordem

ORDENE, SENHOR PRESIDENTE !

Victor Aleixo
victoraleixo12@gmail.com

“Angola não pode ser adiada. Angola não deve continuar a ser um mero sonho! É urgente que ela se torne uma prazerosa realidade, até para o mais humilde dos angolanos.É necessário continuar com as reformas estruturantes em vários sectores e domínios da vida do País, visando não somente o bem-estar geral, mas pensando e criando, já, as melhores condições para as gerações vindouras. Sua Excelência, Presidente da República, sinto-me compelida a pedir- lhe que não desista de Angola e dos angolanos, incluindo daqueles que possam ter, temporariamente, desistido de Angola, acreditando que o País desistiu deles. Angola não desistirá jamais de qualquer um dos seus filhos, tal como o Senhor Presidente jamais o poderá fazer. Seja o Presidente de todos nós: dos que votaram em si, dos que não votaram em si, dos que não votaram em ninguém e dos que não votaram” – são palavras fortes e objectivas, ditas numa cerimónia solene; num momento de grande reflexão para o futuro do país: o da tomada de posse do líder da nação.

Laurinda Santos, a Juíza Presidente do Tribunal Constitucional, acabava de investir João Manuel Gonçalves Lourenço como Presidente da República e, de facto, conseguiu “lavrar” um discurso consentâneo com o pensamento, os sonhos e desejos dos que merecem ter um país cada vez melhor.

Até 2027, a tarefa não será fácil para o Presidente que preferiu continuar quase com a mesma equipa. Uma “equipa corajosa e vencedora”, tal como disse na altura da tomada de posse dos governadores. Haja,pois, confiança no futuro, mas a resolução dos problemas do povo é urgente e as populações já deram sinais de alguma frustração e desencanto no cumprimento dos programas governamentais tão sabiamente gizados e, em primeira instância, liderados pelo Presidente.

O problema é mesmo o cumprimento, pois já se sabe que há gente que não anda a remar para o mesmo lado e seguir o rumo preconizado pelo “comandante do navio”. Em Angola, um país podre de rico, ainda existem problemas sociais, cuja existência é extremamente difícil de se perceber.

Por isso, senhor Presidente; ordene aos seus coadjutores para fazerem muito mais em prol de Angola e dos angolanos; faça com que os ministros travem a tentação viciosa dos habituais “empresários” ou os “donos” das empresas públicas de importar produtos que afinal produzimos.
O ano 1978 foi consagrado como “Ano da Agricultura” em Angola; mesmo com o conflito armado interno, notava-se que, pelo menos, havia vontade política e disciplina na gestão dos recursos. Esqueceu-se o propósito desta consagração durante décadas e lá fomos andando com as mãos estendidas à caridade e à espera permanente do “suco do petróleo”…

É hora de o senhor Presidente “ordenar” que se imponha a “Década da Produção Nacional”, pois existem condições para que a fome seja erradicada em Angola e, com investimentos mais sérios, razões não sobrarão para que o país revitalize a sua indústria. Que se imponha, sim, o respeito, com liberdade política e económica para que sejamos cada vez nós mesmos.E como um povo soberano, com uma liderança forte, será cada vez mais fácil unirmos esforços para que não continuemos a depender das receitas do petróleo.

Senhor Presidente; dê, sim, continuidade aos seus planos tendentes a diminuir as importações dos produtos da cesta básica. Por isso, encoraje, acompanhe com firmeza e o rigor exigido numa liderança forte, todos os ministros encarregues de cumprir e fazer cumprir o Plano Nacional de Desenvolvimento 2022/2027, para que, finalmente, todos os angolanos tenham direito a uma vida digna, sem fome, com saúde, educação e emprego.

Por isso, é que todos angolanos exigem :”Ordene, Senhor Presidente!

Sobre o autor

figurasnegocios

Deixe um comentário