Carlos Miranda
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São várias as razões apresentadas por um sem número de analistas sobre a guerra que neste momento se regista na Ucrânia. O número de observadores do teatro das operações vai crescendo e com ele surgem variadíssimas versões, mas a verdade é que temos na Europa o eclodir de mais uma guerra, cujas consequências ainda estão a ser analisadas com o cinismo político de sempre e com a frieza da hipocrisia dos custos e benefícios financeiros de um acto carregado de terror puro e duro.
O arsenal bélico fabricado e introduzido um pouco por todas as partes em confronto directo ou indirecto ainda está para ser contabilizado. Surgem cálculos sobre a quantidade e qualidade arrepiante do equipamento moderno presente. O “filme” mais nos lembra o quadro horripilante consequente da “mãe” de todas as guerras mundiais – a segunda – e já existe quem aposte , sem pestanejar, que o “mundo está perto do fim” ou já não será o mesmo, o desejado, mais humano e solidário por boas causas.
Enfim, são sinais evidentes que , de facto, estamos diante de uma escalada militar sem precedentes no século XX!, apesar de não se terem juntado ainda todos os “cacos” das anteriores invasões protagonizadas por outros actores. Foram invasões de que pouco interessa falar no ocidente; todas, infelizmente, registadas em tempo dos forçados silêncios tumulares das agências noticiosas, estações de rádio e de televisão ocidentais .Muito distante da actual intervenção influente das redes sociais mais liberais ou democratas, onde, de algum modo, qualquer cidadão pode opinar de forma diferente se olhar a crise com olhos de ver. Sem cores preferenciais.
Aliás, é bom lembrar que o mapa das invasões desta ou daquela potência está pintado de várias cores, mas já se vai percebendo que nenhuma delas jamais preencheu os requisitos para figurar no arco-íris.
Há muita inverdade, muitos jogos de interesses escondidos sob a capa da “boa vontade” de se negociar a paz e recuperar a vontade de viver do povo ucraniano massacrado. Claro que existem muitas contas a acertar entre as principais potências nucleares mundiais, desde que a União Soviética desapareceu do mapa e a vontade de muitos países se libertarem impôs-se. Mas também se deve recordar permanentemente a história de outras aventuras bélicas noutras regiões do mundo, desde o médio oriente, passando pela própria Europa, a África e outros pontos ocupados sem uma fisgada.
Há quem diga que a Rússia invadiu a Ucrânia, por capricho de um ditador vaidoso, extremista. Todavia e como se está numa democracia perfeita e à medida da que existe nos Estados Unidos da América , por exemplo, recuemos então um bocadinho a história, a ver se conseguimos descobrir actos semelhantes reveladores de que quem manda no mundo é uma meia dúzia de poderoros capaz de mandar para os ares, em questão de minutos , o próprio planeta que eles pretendem proteger.
Pois é. É preciso conhecer, minimamente, as razões mais profundas sobre este verdadeiro terror perpetrado no mundo ocidental; hoje por hoje completamente à mercê de poderosíssimos grupos económico-financeiros. É nesta parte do globo civilizado, mas dividido quanto baste, que esta guerra na Ucrânia pode vir a ser repetida num lado qualquer onde exista a necessidade de se impor o poder da força das armas.
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