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Exigência de Zelensky Ucrânia espera aquecimento europeu

Escrito por figurasnegocios

Volodymyr Zelensky não cessa de pedir mais sanções contra a Rússia, mais armas, mais dinheiro e, agora particularmente sensível, energia. A União Europeia e os Estados Unidos continuam a satisfazer parcialmente as solicitações do presidente ucraniano.

Dezembro vai a meio e na Ucrânia mantém-se a tragédia da guerra desencadeada pela Rússia, em Fevereiro passado. Se militarmente a situação tem vindo a melhorar para os ocupados – embora uma enorme área se mantenha sob o controlo russo e se registem alguns avanços russos a Leste – o Inverno será desfavorável aos ucranianos e cada dia demora um horror de tempo.

A Rússia tem, ao longo dos séculos, nas suas guerras, recorrido ao clima frio. O coloquialmente designado por «General Inverno» castigou impiedosamente as tropas napoleónicas e as nazis. Já se tornou óbvio e assumido que vai usar essa «arma».

Num país com uma crise energética, não será fácil resistir. De acordo com o site meteorológico https://pt.weatherspark.com, no Inverno, em Kiev, a temperatura máxima diária fixa-se, em média, em zero graus, mas já se têm verificado dez negativos. A mínima ronda os cinco negativos, mas há registos de menos 17.

Mesmo com o apoio anunciado pela Comissão Europeia, o aquecimento estará limitado. À hora de fecho desta edição, o bloco europeu anunciou uma assistência energética de 40 grandes geradores, que servirão 30 hospitais. A esse número somam-se mais 100, de pequena e média dimensão, transformadores, sistemas de emergência e lâmpadas de baixo consumo. Desde o início do conflito foram entregues 800 unidades de geração.

Note-se que a Rússia nunca teve pudor de atacar hospitais, maternidades e escolas. Por isso, estes equipamentos serão um alvo preferencial. Actualmente visa sistematicamente focos civis, o que se inscreve no registo de guerra psicológica, criando pânico e desânimo da população.

Por agora, as conversações para a paz são apenas retórica de relações públicas. A Ucrânia exige, naturalmente, a devolução de todo território anexado e pagamento dos danos causados. Além da retirada das tropas russas, Kiev exige segurança alimentar, energética, nuclear e radioactiva, ambiental, entre outros.

A Rússia não abdica nem dum milímetro quadrado do que ocupa e não refere qualquer concessão; ou seja, exige apenas a capitulação incondicional. Ainda que em algumas partes do terreno a situação não seja a desejada pelos ocupantes, no discurso dos invasores o Donbass e a Crimeia estão unidos sob a mesma bandeira.

O Inverno pode ter mais um contributo favorável à Rússia: tempo para preparar militares. Actualmente, os reservistas parecem ser vítimas fáceis em combate, faltando-lhe treino físico e de manuseio de armas.

Porém, coloca-se a questão da quantidade de armas disponíveis. O Irão é o novo aliado da Rússia e realizado fornecedor de equipamento militar. No início de Dezembro, os EUA acusaram os dois países de criarem uma parceria militar em larga escala.

Exemplo disso são a concepção conjunta e produção de drones. A relação comercial inclui a venda de aviões de combate, helicópteros, armas antiaéreas e mísseis balísticos – além de treino de pilotos iranianos em caças Sukhoi Su-35. Um acordo comercial-militar que certamente não será realizável para breve, atendendo à guerra na Ucrânia.

Paralelamente às novas relações os dois estados, o Irão tem vindo a conhecer dias difíceis. Os tumultos sociais, de contestação à política radical islâmica do governo do país, trouxeram a vontade de agravamento das sanções a Teerão, quer dos EUA quer da União Europeia.

Mas se a Rússia espera aumentar o seu arsenal, a Ucrânia garantiu mais armas e de maior sofisticação por parte dos seus aliados. O que não se sabe é se serão entregues as de maior alcance, como há meses é solicitado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Os aliados temem que a utilização de armas com maior alcance, usadas contra alvos na Rússia – não em território ocupado – possa fazer escalar o conflito. Porém, embora não tenha obtido tudo o que pede, a Ucrânia tem vindo a conseguir alvejar alvos a maior distância.

Bases militares russas, supostamente fora do alcance das armas ucranianas, têm sido atacadas – embora Kiev nunca tenha reivindicado as acções. Aparentemente, a Ucrânia tem conseguido desenvolver equipamento com maior raio de cobertura.

Possivelmente trata-se da modificação de drones concebidos para funções de captação de imagens. Embora com tecnologia de há 40 anos, da era soviética, estas aeronaves não tripuladas estão a realizar operações bem-sucedidas.

Fontes militares indicam que estes drones-mísseis podem alcançar Moscovo. A distância entre Kiev e Moscovo é de 860 quilómetros, mas há localizações, controladas pela Ucrânia, mais próximas.

No momento de fecho desta edição, fontes em Washington indicavam que estava a ser planeada a entrega de mísseis Patriot. Esse é um dos pedidos recorrentes de Volodymyr Zelensky. Este sistema irá ampliar largamente a capacidade de cobertura antiaérea.

Dmitry Medvedev – antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Rússia – tem dito o que outras individualidades não avançam. Actualmente vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, respondeu que, se a venda de Patriot se realizar, os países da NATO vão tornar-se alvos.

Portanto, à intermitente ameaça nuclear de Vladimir Putin junta-se à possibilidade de guerra mundial assumida por Dmitry Medvedev – o Tratado do Atlântico Norte estabelece que um ataque, a qualquer país membro, implica a mobilização dos 30 países membros. Duas situações que não têm sido valorizadas pelo Ocidente. A Rússia não teria qualquer vantagem militar num conflito global.

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