Carta do Editor

Carta do Editor – Ed. 218

Logo que a guerra na Ucrânia eclodiu, muitas dúvidas e incertezas pairavam sobre o posicionamento a tomar pelo governo angolano em relação a esta questão tão delicada. Angola seria capaz de condenar a iniciada ‘’ Operação especial’’, a agressão ou o que for do aliado de sempre ou não? Numa entrevista concedida em exclusivo à Euronews, o Presidente  angolano esclarece o quadro do passado, do presente e deixa bem vincada a sua posição de Angola como Estado soberano.

É este assunto que a nossa rubrica ‘’Página Aberta’’ traz à lume. Está tudo mais claro, de acordo com João Lourenço: Houve três resoluções, das três Angola absteve-se em duas. Abstenção não é reprovação. Abstenção é abstenção, deve ser interpretada como tal. Na segunda resolução, Angola votou à favor da mesma, porque a resolução era muito concreta; visava sobretudo condenar a anexação das quatro regiões que compõem o Donbass, e Angola entendeu que a agressão em si já era má, já era grave, mas pior do que a agressão, era a anexação de um território alheio, de um país vizinho, membro das Nações Unidas. Portanto, aí Angola teve uma opção muito clara de votar a favor da resolução proposta na altura’’, disse, para salientar, que ‘’no caso desta mais recente, Angola absteve-se quando se viu confrontada com a possibilidade de se levar a  um tribunal criminal internacional o agressor.

‘’Não é que isso não se possa fazer, mas nós entendemos, e conhecemos métodos de negociação: que quando se está a negociar tem de se deixar sempre uma porta aberta. E consideramos que neste momento a prioridade é levar a Rússia à mesa das negociações. Tudo deve ser feito no sentido de se levar as duas partes, mas sobretudo a Rússia, à mesa das negociações para se conseguir um cessar-fogo que seja duradouro e negociar-se a paz não apenas com a Ucrânia mas com a NATO’’, rematou.

Trazemos igualmente nesta edição uma suculenta entrevista de Santocas, aliás, António Sebastião Vicente, o músico compositor angolano detentor de um cardápio de sons e tons que marcaram um tempo verdadeiramente memorável para a história da revolução popular libertadora.

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