Neste mês de março de 2022, voltou-se a acordar um velho pesadelo: o risco de viver mais uma guerra mundial – a terceira – depois de setenta e sete anos de uma paz podre, encapotada e cínica. Quando o império soviético colapsou, na altura conseguiu-se estraçalhar um muro de ódios e temores permanentes do ribombar destruidor das armas nucleares, quer do lado desmembrado da URSS, como do lado poderoso, sólido e líder da Organização do Atlântico Norte, os Estados Unidos da América e seus pares dólar-dependentes.
Enquanto isso, a URSS ajoelhou-se, andou durante anos à procura do seu espaço económico e o tão ardentemente desejado poderio militar e geo-estratégico perdido. Minguou e fragilizou-se em todos os aspectos, mas as tais armas nucleares ” obsoletas” foram sendo cada vez mais modernizadas, especialmente quando um presidente Boris Yeltsin fragilizado, quer politicamente como fisicamente maltratado, passou o testemunho ao homem do dia, e talvez do século,Vladimir Putin.
Putin acabou por fazer renascer um processo bem pensado de submissão de outras nações que historicamente, diz ele agora de boca cheia, lhe pertencem e existem graças ao antigo império soviético. Em russo mais simples: entende que chegou a hora delas não mais se sujeitarem à arrogância, ao poder económico e financeiro dos EUA. Desdenharam os seus planos. Agora, tomem! A Federação russa já não é o que era na década de 90. Tem mais ogivas nucleares e tropa suficiente para assustar todos os estados da União Europeia juntos. É o que neste março de 2022 está a acontecer.
Actualmente, já se pode dizer com propriedade que todos os acordos , tendentes a parar a corrida armamentista, foram rasgados há muito tempo.Aliás, jamais se pensou com a seriedade e inteligência necessária parar com os testes de mísseis balísticos e armas nucleares,pois cada superpotência sempre teve a sua carta bélica para jogar, desde que resultasse na aniquilação do adversário.
Apesar das derrotas históricas das superpotências no Vietnam, Afeganistão, Síria, etc., os seus líderes não jamais descansaram e se esqueceram rapidamente do passado, dos seus fracassos épicos em diversos campos de batalha, até contra o terrorismo, cujos grupos eles próprios criaram, treinaram ou ressuscitaram, cada com os seus propósitos. Nota: quer os EUA como a ex-URSS têm as mais poderosas fábricas de armamento, que produzem todos os anos trilhões de dólares. Em qualquer uma das superpotências, os governantes têm de justificar perante aos povos os enormes gastos militares suportados pelos contribuintes, seus estúpidos eleitores.
Por enquanto, escusem-se de convidar Joe Biden e Vladimir Putin para se sentarem à mesma mesa…Os seus discursos são demasiado esclarecedores e contundentes: qualquer um deles quer a submissão do outro. Qualquer um deles acha-se que é superior ao outro. Mas, julgo eu, qualquer um deles também sabe prever o que restará do mundo se carregarem nos botões nucleares.É a velha estória do gato e do rato.
E cá estamos. Todos a tremer, com dúvidas e incertezas quanto ao futuro da própria Humanidade. Em plena Europa “civilizada” do século XXI, outra aventura bélica. Mais milhões de refugiados, humilhados, com um futuro incerto.
Mais presença das superpotências, menos voz para os que daqui pra frente vão ter que comprar mais armas para se matarem e pior ainda: com medo e dependentes daqueles que, num ápice, podem mandar o mundo para os ares.
De facto, estamos no princípio do FIM DO MUNDO!
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