Angola subiu 14 lugares na edição deste ano do Índice Global de Paz 2022, alcançando a 78ª posição entre 163 países, devido a melhorias na redução de manifestações violentas, do impacto do terrorismo e melhoria das percepções sobre a criminalidade.
A 16ª edição do Índice Global de Paz do Instituto de Economia e Paz divulgada recentemente reconhece que Angola “mostrou, também, um compromisso maior com o financiamento de missões de manutenção da paz e reduziu os gastos com as Forças Armadas como percentagem do Produto Interno Bruto (PIB)”.
Em declarações ao Jornal de Angola, o especialista em Relações Internacionais Matias Pires realçou que esta análise do Instituto de Economia e Paz da Austrália representa uma grande conquista do ponto de vista do reconhecimento internacional do país. “Essa avaliação positiva chega também numa altura em que, recentemente, o Presidente da República, João Lourenço, foi designado Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África”, destacou o académico.
Matias Pires ressaltou, também, o facto de Angola estar a viver um período de paz efectiva há 20 anos, para quem configura “exemplo de um modelo de gestão e resolução de conflitos que é singular no continente africano”.
Restantes países lusófonos – Por seu turno, Moçambique teve uma das maiores quedas no Índice Global de Paz, para a 122ª posição, devido ao terrorismo no país. Moçambique caiu 11 lugares, a segunda queda mais alta no indicador de protecção e segurança, atrás apenas da Ucrânia, devido ao conflito no país com grupos terroristas, refere a análise do Instituto de Economia e Paz (IEP), o que resultou num aumento do número de refugiados, de manifestações violentas e de terror político.
Dos restantes países lusófonos analisados, Timor-Leste manteve-se em 54º lugar, a Guiné Equatorial desceu seis posições para a 59ª e a Guiné-Bissau caiu nove para a 110ª posição da lista de 163 países. O Brasil manteve-se no 130º lugar.
O Índice Global de Paz, actualmente na 16ª edição, faz uma análise sobre as tendências da paz, o valor económico e como desenvolver sociedades pacíficas, usando 23 indicadores qualitativos e quantitativos em três domínios: o nível de segurança e protecção social, a dimensão do conflito doméstico e internacional em curso, e o grau de militarização. (Xavier António;Jornalista/J.A.)
TIRADAS DA IMPRENSA
“Eu chamo de bravo aquele que ultrapassou os seus desejos, e não aquele que venceu os seus inimigos; pois a mais dura das vitórias é a vitória sobre si mesmo”.
Aristóteles
“Tolerância mútua é uma necessidade em todos os tempos e para todas as raças. Mas tolerância não significa aceitar o que se tolera”.
Mahatma Ghandi
“Os capitalistas chamam “liberdade” a dos ricos de enriquecer e a dos operários para morrer de fome. Os capitalistas chamam liberdade de imprensa a compra dela pelos ricos, servindo-se da riqueza para fabricar e falsificar a opinião pública”.
Lenine
“Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas”.
Charles Chaplin
BOCAS SOLTAS
Algumas previsões sobre a futura governação do país resultaram num redondo fracasso…Em certa imprensa preconizava-se o pior,mas o que se viu é que de 2017 pra cá, muita coisa mudou e de forma mais radical possível. Vale a pena recordar e respeitar o que a “Eco-Pt” publicou em Agosto do referido ano, num momento em que João Lourenço ainda não se instalara no poder como Presidente da República:
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“O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, vai manter o poder e a imunidade bem para lá das eleições, por ter colocado os seus apoiantes em locais estratégicos, como tribunais e forças de segurança. Esta análise é feita pela agência Bloomberg, num artigo dedicado à forma como chefe de Estado angolano está a gerir a saída da Presidência cargo que ocupa desde 1979.
“José Eduardo dos Santos deve manter o controlo nos bastidores quando deixar de ser Presidente de Angola, este mês, depois de quase quatro décadas no poder”, escreve a Bloomberg. “Dos Santos não tem qualquer intenção de largar o poder”, disse à agência financeira o analista da NKC African Economics Gary van Staden, na Cidade do Cabo, acrescentando que o objetivo é “manter bem colocadas as alavancas que garantem o poder, assegurando-se que os seus amigos das forças de segurança ficam nos seus postos e que ele fica protegido”.No artigo, a Bloomberg escreve que José Eduardo dos Santos, agora com 74 anos, liderou o país durante a guerra civil e deixou Angola no topo dos maiores produtores de petróleo em África, mas também nos índices que denunciam a corrupção e o nepotismo.
“A família do Presidente e os seus aliados acumularam fortunas impressionantes, enquanto mais de metade da população de 27 milhões continua a agonizar na pobreza”, diz esta agência de informação financeira, exemplificando com a fortuna de 2,3 mil milhões de dólares atribuída a Isabel dos Santos, filha do Presidente e a mulher mais rica de África, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg.
Apesar das críticas aos negócios feitos pelo Presidente e pela sua família, “dos Santos não deverá ser ‘chamado à pedra’ por qualquer irregularidade”, já que no final de junho o Parlamento garantiu-lhe um lugar no Conselho da República, um órgão de aconselhamento do Presidente cujos membros gozam de imunidade judicial.
Já no final deste mês, o Parlamento aprovou uma lei que prolonga o mandato dos líderes de militares, polícias e dos serviços de inteligência de seis para oito anos, só podendo ser demitidos se forem culpados de “conduta criminal ou disciplinarmente grave”. Assim, a maior ameaça à manutenção do poder de José Eduardo dos Santos não vem dos inimigos políticos, nem da oposição, mas sim da sua saúde, considera a Bloomberg, lembrando as “visitas de caráter privado a Espanha” para receber tratamento médico.
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