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COM O MEU PERCURSO EU SOU QUEEN BEATRIZ

Beatriz Franck é a jovem empresária que palmilha dias, semanas e meses para divulgar a sua acção profissional. Dona de empresa de modas com diferentes segmentos, a Beatriz Franck Modas e Confecções, ela fez jus ao seu sonho de empreendedora, contratou centenas de nacionais, homens e mulheres, viu catálogos internacionais, criou uma parceria pontual com uma empresa da China e montou a infraestrutura da Beatriz Franck Modas e Confecções.
Na entrevista à revista Figuras & Negócios, Beatriz António de Nascimento, contou-nos tudo sobre o percurso empresarial na constituição da sua empresa, Beatriz Franck Modas e Confecções. Daí o porquê de chamar-se Queen Beatriz, como ela reforça o seu nome e apelido.

Por: Victor Aleixo (Texto)
Fotos: Luisa Sousa

Figuras & Negócios (F&N): Para situar-me: a Beatriz António é de Cabinda?

Queen Beatriz – Sim, sou natural de Cabinda, filha de Paulo Rosa António e de Maria Rosa Pemba.

Meu apelido de nascença é Beatriz António, fiz questão de anunciar isso há dias nas minhas redes sociais, retirei o apelido Franck dos meus documentos e quero ser Chamada de Queen Beatriz, porque ao longo de duas décadas construi um legado na moda em Angola e sempre quis ser lembrada como a Rainha da moda em Angola. Trabalhei árduo para alcançar esse sonho.

Desde 2003, quando ganhei o concurso de Miss Cabinda, inaugurei a minha primeira loja de 4 metros quadrados, passados 5 anos inaugurei a maior loja da cidade de Cabinda com 1000 metros quadrados, a primeira loja de departamentos em Angola.

Em 2012, mudei-me para Luanda, lancei a Revista de moda SuperFashionn Angola, a revista vinculava em Angola e Portugal, tornou-se na maior revista de moda angolana, representou Angola nas semanas da moda mais importante do Mundo em Paris, levou-me nas semanas da moda de pronto a vestir de Milão, Londres, Paris, África do Sul “Mercedes-Benz e ao Festival de Cannes.

Em 2018, lancei a maior marca de vestuários Angola. Em 2021, abri a primeira academia de moda em Angola, em 2024 inaugurei a maior fábrica de confecções de Angola.

Percurso que me permite ser tratada como sempre sonhei; Rainha da moda em Angola.

Em primeira mão,desde a alteração do meu apelido gostaria de ser tratada como: Queen Beatriz.

BEATRIZFRANCK é o nome da marca e da Fábrica.

F&N:- A Queen Beatriz escolheu a moda porquê? Foi Miss em Angola ou numa província?

Queen Beatriz – A moda sempre esteve presente na minha vida desde cedo, sempre que a minha mãe comprasse um vestido para mim, tinha carácter forte ou não gostava ou pedia para fazer alterações; Quando cresci, percebi que o nosso estilo, a roupa que escolhemos “a moda” é uma forma de expressão, identidade e afirmação. Desde muito cedo percebi que, através do vestuário, era possível contar histórias, valorizar culturas e empoderar pessoas.

Sim, participei em concursos de beleza a nível provincial e fui eleita Miss Cabinda 2003, o prémio de 8000 USD é que me permitiu adquirir mercadoria para inaugurar a minha primeira Boutique de 4 m2. E fazer uma das minhas licenciaturas a de contabilidade com a bolsa que ganhei como prémio

F&N:-Disseram-me que a Queen Beatriz é uma empreendedora destacável. Verdade? Qual o seu segredo para ser empresária empreendedora?

Queen Beatriz – Duas décadas a desbravar o sector da moda, desde muambeira a proprietária de Fábrica com mais de 120 funcionários. Empreender em Angola exige visão, resiliência e, acima de tudo, paixão. O meu segredo é a persistência. Sou movida por propósito. Busco sempre aliar criatividade com gestão responsável, sem medo de inovar e de enfrentar os desafios com disciplina e fé. Acredito na força do trabalho e na capacidade de transformar sonhos em negócios sólidos e sustentáveis.

F&N: – A Queen Beatriz é empreendedora no país. Participa na associação empresarial de mulheres? E na moda, participa com outras empresárias, mormente para combinar desfiles, preparação de jovens na profissão de estilistas, manequins, maquilhadoras, etc? E onde compra materiais para produzir roupas?

Queen Beatriz – Sim, participo de várias iniciativas e redes que apoiam mulheres empreendedoras através das palestras que promovo na área do empreendedorismo e auto-estima e auto-afirmação. Acredito no poder da colaboração e no dever de abrir caminho para outras mulheres.

Na moda, tenho promovido formações para com e manequins, oferecendo oportunidades e mentoria.

Quanto aos materiais, procuro fornecedores nacionais sempre que possível, valorizando o que é local. No entanto, também importo tecidos e acessórios de qualidade da Europa e Ásia, principalmente para garantir diversidade e atender às exigências de um mercado cada vez mais globalizado.

F&N:-Disseram-me que a Beatriz Franck socorre-se ao mercado Chinês para produzir as suas roupas. Verdade? Não tem sócios na sua empresa? Agora a senhora está no Benfica. E a sua empresa nuclear?

Queen Beatriz – A minha produção é essencialmente feita em Angola. Tenho uma fábrica própria e uma equipa de 120 colaboradores desde designers, modelistas, costureiros todos técnicos locais. Em alguns casos específicos como peças muito técnicas e complexas que exigem maior perícia para elaboração, sim, recorro à fábricas na China, sempre com supervisão rigorosa da qualidade.

Não tenho sócios na estrutura principal da empresa; a BEATRIZ FRANCK é uma marca que construí com muito esforço e dedicação pessoal. Actualmente, continuo com a sede e produção baseadas em Luanda no VianaPark, incluindo o núcleo operativo no Benfica.

F&N:- Como caracteriza a sociedade angolana? A juventude compreende e sabe estar na sociedade?

Queen Beatriz -A sociedade angolana é vibrante, resiliente e em constante transformação, acredito que estejam a passar um momento delicado e frustrante pela falta de condições e até meios de subsistência.

Daí perceber os comportamentos agressivos nas redes socias, ataques constantes a figuras públicas por frustração, buscando culpados pelos insucessos, que se deve a distração, falta de disciplina e foco, vontade contínua no aprendizado para se capacitarem e terem melhores empregos ou focarem -se no empreendedorismo.

A sociedade está perdida com o mau uso das redes sociais, que ao invés de aproveitarem as tecnologias à disposição para ganharem dinheiro, fazem de formas a perderem o dinheiro que já não têm.

Ficam cada vez mais pobres, estando nas redes sociais, gastando o saldo de dados que foi difícil de adquirir para comentar futilidades em aspectos que nada os agrega na vida.

Ainda enfrentamos muitos desafios — desde a educação até à inclusão económica.

Ao mesmo tempo, vejo uma pequena franja de jovens cheia de potencial, com vontade de fazer diferente e de construir um país mais justo e moderno.

Precisamos apenas de investir mais em oportunidades e modelos positivos de liderança.

F&N:-Ouvimos confrontos verbais entre a Beatriz Franck e a empresária Tchizé dos Santos. Porquê? Já acabou?

Queen Beatriz -Prefiro não alimentar mais polémicas. Fiz uma promessa a mim mesma, e tenho orado para todos que me atacam e os perdoo, seus problemas e frustrações não têm haver comigo. Advém de outras causas e não pretendo entrar nos seus Karma.

Estou focada em construir, em avançar e em deixar um legado na moda em Angola/África e no Mundo, ainda tenho um trabalho árduo pela frente, e prefiro canalizar toda a minha energia, atenção e tempo no que é benéfico para mim, para a sociedade e a geração futura.

Tenho respeito por todas as mulheres empreendedoras e acredito que devemos sempre buscar o diálogo e a sororidade.

E, se no passado sobre forma de resposta contra- ataquei algumas mulheres, isso faz parte dum passado e duma personalidade que não mais faz parte do novo ser em que me tornei.

F&N:-Acredito que a senhora tem muitos amigos e também detractores. Como lidar com a fama?

Queen Beatriz – A fama é uma consequência do impacto que geramos na sociedade, do nosso trabalho que é notado. Tenho amigos sinceros, fãs e críticos, como qualquer pessoa bem sucedida e pública. Aprendi a lidar com isso muito cedo e com maturidade não deixo interferir nas minhas decisões, meu carácter, minha forma de ser e agir. Sempre segui o meu instinto e sempre acertei. O importante é ter consciência limpa, continuar a trabalhar com seriedade e manter os pés no chão. A opinião dos demais não importa, é impossível agradarmos a todos, Jesus Cristo não conseguiu, não faço questão de agradar a todos, sou imperfeita e as aceito, sou humana, permito-me errar e aprender com os erros e tornar-me uma versão melhor a cada dia. O meu lema é, eu nunca perco.

F&N:-A senhora é elegante e apresenta-se na sociedade bonita e faz jus ao seu estilo de vida. Qual o seu segredo? Qual o seu perfume preferido? Só veste roupa que a senhora produz?

Queen Beatriz – Muito obrigada pelo elogio. A minha elegância vem do respeito que tenho por mim mesma e pela imagem da mulher confiante, empoderada que sempre quis transmitir. Cuido de mim com muito carinho desde a prática de exercícios físicos diários, alimentação regrada, ingestão de suplementos, ritual de beleza aos cremes faciais, tratamentos estéticos de limpeza, hidratação facial e corporal, sou extremamente exigente com a minha aparência, beleza, meu corpo é um templo e o trato da melhor forma possível.

Para vestir escolho peças que reflectem a minha identidade a Marca tem peças BEATRIZFRANCK, é carregada de conforto, sofisticação e elegância.

Sim, a maioria das roupas que uso são da minha marca , o que reforça no que acredito que vestir-se é também uma forma de transmitir quem somos.

O meu perfume preferido é o Tom Ford ” Black Orchid” que combina bem com a minha personalidade: intensa, feminina e independente


F&N:- A Beatriz participou em qual concurso de misses e qual a posição que teve?

Queen Beatriz – Participei do concurso Miss Cabinda em 2003 e fui eleita Miss Cabinda. Foi uma experiência marcante que despertou em mim ainda mais a paixão pela moda, pela auto-estima feminina e pela força da representatividade da mulher angolana.

F&N:-É casada ou solteira?

Queen Beatriz – Sou divorciada. Estou numa fase de maturidade, liberdade emocional e foco total na construção do meu legado. Vivo com equilíbrio entre minha força profissional e o meu lado mais humano e espiritual.

F&N:- Medidas do corpo, número de sapatos e cores favoritas?

Queen Beatriz – Tenho 1,75m de altura, calço 39, e minhas cores favoritas são o branco símbolo de paz, luz e clareza e o vermelho, que representa paixão, poder e coragem.

F&N:-Tem filhos?

Queen Beatriz – Ainda não sou mãe, mas serei quando sentir que é o momento certo. Quero ser uma mãe completa e presente, para transmitir aos meus filhos os mesmos valores que a minha mãe me ensinou: ter fé em Deus e acreditar que com Ele tudo é possível; trabalhar com dignidade e ser uma mulher independente; respeitar e valorizar todas as pessoas, independentemente do seu status social; não fazer mal a ninguém; ser honesta sempre e aprender todos os dias.

Esses são os princípios que me moldaram e me tornaram a grande mulher que sou hoje.

Enquanto esse momento não chega, compartilho minha vida com o Lovit, meu cão, que me ensinou o mais profundo significado de amor incondicional. Ele é a minha companhia diária e um lembrete constante da pureza dos sentimentos mais simples.

Sobre o autor

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