Luanda, capital da República de Angola, viveu em Julho, três dias para abalar a Sociedade, com o pretexto da greve dos taxistas que transportam a população nomeadamente dos bairros aos seus empregos na baixa porque o governo decretou a venda de combustíveis (gasóleo) nas bombas de abastecimento do produto.
Efectivamente, os actividades da desordem e confusão tentaram mobilizar populares em alguns bairros que tem objectivos do governo, estabelecimentos comerciais privados, boutiques, lojas e fábricas que os seus apaniguados roubaram, pilharam e destruíram os objectivos que encontravam organizados. Conseguiram não obstante as autoridades nacional e provincial fecharem a acção perdulária.
Geralmente, quando surge confusão pela manifestação de destruir os objectivos estratégicos, oficiais e privados, os agentes da ordem pública aparecem para rechaçar as intenções malévolas. E aconteceu: pilharam estabelecimentos comerciais, assaltaram casas e carros. Evidentemente, os polícias entraram em acção no circo luandense disparando balas de borracha e, é verdade, balas verdadeiras no seio das populações curiosas de ver e pilhar os objectivos económicos e comerciais.
Não obstante a reação da polícia, o governo na voz do Ministro do Interior, Manuel Homem dirigiu uma mensagem para condenar a acção vandalista e mobilizou a população para denunciar a trapaça demolidora.
Isso mesmo, o Presidente da República, João Lourenço condenou a acção destruidora do vandalismo sob pretexto de uma greve dos taxistas que evoluem na capital do País para contestar o aumento do preço do gasóleo de Kzs 200 para Kzs 300.00.
Convocou uma reunião do Conselho de Segurança do País para analizar a situação de Luanda e de algumas províncias que têm os transportes privados em funcionamento.
Daí as prisões, efectuadas pela ordem pública, de elementos responsáveis do vandalismo e confusão. O País está estável como confiou a Polícia Nacional.
Postura equilibrada da comunicação social:
O PRIMEIRO COMPROMISSO DOS JORNALISTAS É COM O PÚBLICO
Não é preciso ser especialista em segurança nacional ou gestão de conflitos para antever um cenário parecido ao do dia 28 de Julho. Para piorar, ao passar apenas a versão oficial da ANATA que anunciava o cancelamento da greve dos taxistas, a comunicação social prestou um péssimo trabalho. Ignorou as outras versões e tudo aquilo que olhares, minimamente atentos, viram nas redes sociais. Ou seja, preferiu tapar o sol com a peneira.
Tranquilizaram milhares de pessoas que se fizeram à estrada após o sol raiar.
Cidadãos que saíram cedo de casa ficaram apreensivos. Não sabiam como regressar em segurança ao convívio dos seus. A paralisação aconteceu. E agora? Algumas perguntas se impõem: quem não sabia que, a partir da altura da convocatória, a paralisação deixou de ser da responsabilidade exclusiva dos seus promotores?
A situação sócio económica do país agrava-se.
Há pessoas que não têm rigorosamente nada a perder porque já perderam tudo, inclusive a esperança. E o medo!
Difícil conter os ânimos de quem sente que nada tem. A população saiu à rua. O caos instalou-se. Bens públicos e privados foram vandalizados. Gente que saiu de casa para ganhar o dia acabou por ser vítima das circunstâncias.
Vimos grupos de pessoas literalmente enfurecidas a arrombar contentores para levar bens alimentares, gente bem vestida a carregar kibutos de comida, refrigerantes e bebidas alcoólicas. A foto da moça a correr com duas garrafas de espumante numa mão e uma de vinho na outra, viralizou. Assim, como as imagens perturbadoras.
No meio do “furacão”, a ocasião fez o ladrão. Literalmente! Prefiro pensar que alguém deixou de fazer o trabalho de casa a concluir que o eventual descaso teria sido intencional com vista a instalar o cenário dantesco que justificaria outras accões. Essa hipótese é estarrecedora!
De vez em quando, quanto mais não seja para antever fenómenos sociais, vale a pena tirar os óculos escuros e encarar a realidade. Nenhum chefe precisa andar de candongueiro ou pausar nas sobrelotadas paragens de autocarros para ter percepção do quotidiano. Basta providenciar “enviados especiais” capazes de produzir relatórios autênticos. As redes sociais estão inundadas de estórias de gente que se reinventa diariamente para sobreviver a “uma espécie de vida”, depois do impacto negativo do aumento do preço do gasóleo e do previsível efeito boomerang.
É preciso mostrar a país real a quem circula nos corredores do poder para se juntar sinergias em busca de soluções exequíveis. É certo que nada justifica os excessos. A vandalização de bens públicos e privados é reprovável. Os prevaricadores devem ser responsabilizados, embora sinta dificuldade em imaginar cadeias para tantos presumíveis infractores.
Sim, a fome não pode ser a única a ditar regras. Mas temos que ter coragem para encarar as causas e não apenas as consequências do problema. O desemprego, a qualidade da educação, os valores cívico-morais que se transmitem aos mais novos são assuntos em pauta. Que lugar ocupa a ética na sociedade que projecta jovens que devem edificar o futuro do país?
Não sei o que pensam os estrategistas da comunicação social. Sei, contudo, que apurar, cruzar as informações, checar a motivação das fontes e respeitar o princípio do contraditório ainda é a melhor maneira de fazer notícias.
Mais do que textos bonitos e inflamados exercícios de retórica, jornalismo inclui uma incontornável praxe ético-deontológica que deve respeitar a inserção de todas as parcelas da verdade inerente aos factos.
A cidadania e demais pilares republicanos deviam servir de incentivo para a almejada postura equilibrada da comunicação social. O primeiro compromisso dos jornalistas é com o público. É este a quem os profissionais devem lealdade! Jornalismo é serviço público. UM BEM PÚBLICO. Tapar o sol com a peneira pode gerar situações catastróficas! Sobre gestão de crises: apenas duas palavras: comunicação e diálogo!
Por: Maria Luísa Rogério
QUATRO PONTOS EM RESPOSTA AO PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Com toda estima e consideração ao Senhor Presidente da República, saudações de paz, na bendita paz do Senhor.
Excelência, como diz o ditado popular: “antes tarde do que nunca”. Ainda que tardia, a sua palavra foi necessária, contudo, muita infelicidade nalgumas palavras da vossa abordagem.
Por isso, faço uso da minha cidadania, da fé que professo e da formação em economia que abraço, para expressar humildemente a minha opinião enquanto jovem pastor, cidadão consciente e filho desta pátria amada— comprometido com o bem-estar espiritual e social da nossa Angola.
Por: Cornélio Manuel (Apóstolo) / Fotos: Arquivo F&N
1 . PRINCÍPIO DA DINAMIZAÇÃO DA ECONOMIA NACIONAL
A recente revolta popular não teve líderes por trás senão a fome e o desespero, amargura e abandono.
O que era pacífico tornou-se agressivo, não apenas por rebeldia, mas por repressão.
DIZIA O NAGRELHA, numa casa onde falta PÃO todos brigam, descotem mas ninguém tem razão…
É urgente impulsionar políticas económicas que estimulem o investimento produtivo, o empreendedorismo juvenil num sentido aplicável e não selectivo partidário, e o acesso ao microcrédito.
A juventude angolana não precisa apenas de discursos ou de promessas, mas de oportunidades reais.
A subvenção retirada do combustível deve ser redireccionada para os bens de primeira necessidade e para a produção nacional.
As festas festividades nacional ou as viagens protocolares caríssimas e os aplausos internacionais não resolvem a fome aqui.
Invistam nas estradas para que o camponês possa escoar sua produção. Dinamizem os mercados locais. Ouçam o grito da POPULAÇÃO…
2. PRINCÍPIO DA EQUIDADE E JUSTIÇA SOCIAL.
O povo clama, não apenas por pão, mas por dignidade, justiça e bem estar.
A pobreza já não é só um índice é uma realidade angustiante.
Os reajustes nos preços dos bens essenciais não podem continuar a ser ignorados.
É urgente proteger as famílias, garantir acesso à saúde, à educação e criar mecanismos reais de protecção social.
Que os ouvidos do poder escutem o clamor do povo. Que o sofrimento de um angolano seja a dor de toda a liderança.
O SENHOR, não falou da diminuição dos preços, não falou do reajuste dos preços fixos ou variáveis…
3. AUSCULTAÇÃO NACIONAL COM PESSOAS PENSANTES, IGREJAS, EM CADA PROVÍNCIA E SOCIEDADE CIVIL.
Excelência, a alma da nação se ouve nas suas bases.
Os pastores, os sobas, os líderes comunitários, os académicos, os jovens nas províncias conhecem a realidade da Angola profunda.
Uma auscultação verdadeira e patriótica não exclui, não rotula, não manipula.
As igrejas não são apenas lugares de culto, são centros de orientação, sabedoria e esperança. Ouvir a igreja é ouvir a nação.
Façam audiências públicas nas províncias.
Reúnam-se com quem não usa farda nem pasta, mas carrega a nação no coração. Isso é liderança orientada.
4. MERCADORIA SE COMPRA, MAS VIDA NÃO.
Nada justifica o vandalismo. Mas também nada substitui o valor da vida humana.
Agir com firmeza contra o crime é necessário, mas agir com sabedoria para prevenir o caos é governar com justiça.
Angola chora como o Rio Kwanza,
Cai como as águas de Kalandula,
Seca como o deserto do Namibe,
Sangra como as pinturas rupestres.
O tempo de adiar soluções terminou.
Silenciar é pactuar com o sofrimento.
Ignorar é perpetuar a dor.
Senhor Presidente,
Estamos a caminho dos 50 anos de independência nacional.
Essa comemoração não deve ser feita apenas com luzes, marchas e espectáculos mas com consciência, com reflexão e com compromisso nacional profundo.
Transformem os recursos dos festejos em painéis de debate académico, em auscultações públicas, em projectos de reabilitação e reconciliação.
O povo não quer apenas celebração quer transformação.
Não existem soluções europeias nem americanas para os nossos problemas.
Devemos encontrar respostas aqui, com os DAQUI, porque é aqui que sangramos.
A resolução começa com a coragem de identificar as verdadeiras causas dos problemas e com a vontade de corrigir, com verdade e justiça, os erros cometidos.
Angola, tua mudança começa com os líderes e se sustenta nos liderados.
Orar por Angola, interceder por Angola, viver por Angola — é nosso dever. –
ESTABELECIMENTOS VANDALIZADOS
— Executivo assegura oferta de bens e estabilidade dos preços no mercado
Os centros de distribuição e os grandes armazéns não foram alvo de actos de vandalização que possam pôr em causa a oferta de bens e a estabilidade dos preços no mercado.
A informação é do ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, no final do encontro que a Equipa Económica do Executivo manteve esta segunda-feira, 4 de Agosto, com representantes de empresas do sector comercial, para a apresentação do pacote de medidas de apoio destinadas a mitigar os prejuízos registados.
José de Lima Massano afirmou que o Executivo ao repor “rapidamente” a capacidade dos estabelecimentos que foram alvos de danos está a contribuir para que a oferta de bens no mercado seja regular e preservar os postos de trabalho.
“Portanto, esta é uma forte preocupação que temos. A nossa inflação ainda é alta e não podemos ter actos que venham a pôr em causa mais ainda esta necessidade de continuarmos a estabilizar os preços na nossa economia”, frisou.
Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração da Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (ECODIMA), Raúl Mateus, considerou boa a iniciativa do Governo que primou pelo diálogo para a resolução dos problemas registrados.
“Eu acredito que este é o caminho para resolver uma questão que tem a ver com investimento no sector de distribuição e a questão de manutenção dos empregos. Foi uma grande iniciativa, foi um trabalho árduo feito entre o Governo e a ECODIMA. Nós, a princípio, estamos bastante satisfeitos e eu acredito que este é o caminho certo a seguir”, ressaltou.
Para o PCA da ECODIMA, os manifestantes deveriam ter em consideração a falta que faz o serviço terciário não apenas para os consumidores, mas também para o sector primário e secundário da economia nacional.
Governo anuncia
CORTE DOS SUBSÍDIOS AOS COMBUSTÍVEIS
Relativamente ao corte dos subsídios aos combustíveis, nunca houve um verdadeiro debate público. Nunca houve um consenso com o Povo.
O povo vai ouvindo por alto, como quem ouve rumores.
De repente, aparece um panfleto na TV, a dizer que até Dezembro a gasolina vai para 911 Kz e o gasóleo para 848 Kz.
Aqui se instala o pânico.
O Governo não sabe se Comunicar com o Povo.
Na sexta-feira anuncia a retirada do subsídio e na segunda aplica a medida.
Sem conversa. Sem perguntas.
O Governo não tem sido muito inteligente devia usar melhor o Taxista para passar a mensagem para o Povo
Se o taxista não entender o que o Governo quer fazer, então instala-se o caos.
Porque hoje o táxi já não é só o motorista e o cobrador.
Há o loteador que carrega o carro de passageiros.
A zungueira que vende água.
A Tia da magoga. Os jovens gatunos que ficam atentos a qualquer descuido dos passageiros
Todos estes orbitam em torno do Taxista.
O taxista tem um poder de persuasão maior que a Rádio e a Televisão que se converteram em TMPLA.
O que aconteceu esta semana não foi só por causa do preço do combustível, foi o grito que estava entalado na garganta dos angolanos desde 2022, após a divulgação do resultado das Eleições.
E atenção: os Moçambicanos já gritaram essa raiva.
Os Zambianos também.
Os Nigerianos estão a gritar agora, mas já foi retirada o subsídio aos combustíveis por completo.
Falta o quê?
Falta respeito ao povo.
Falta ouvir.
Falta explicar.
O problema é a maneira como ela está a ser feita.
Essa manifestação é só do Combustível, das Eleições ainda não mexemos lá.
By. TI Mond
A MENTIRA NÃO PODE JUSTIFICAR O “VANDALISMO” DO FMI
Estão a mentir o Presidente!
A retirada parcial da subvenção do preço do combustível não foi imposição do FMI.
O nosso país já não está a executar o programa especial de restruturação do FMI, terminou em 2023.
Por isso, o vandalismo é culpa da péssima gestão do Ministro de Estado para Área Económica e que foi também, Governador do BNA, o ilustre José de Lima Massano.
Foi ele, também, o culpado da crise financeira em 2014, quando era Governador do BNA e fez desaparecer do BNA, mais de 77 mil milhões de dólares, de 2009 a 2014. Naquela altura era chamado o contabilista de Manuel Vicente.
Pois, dizem que o antigo presidente Eduardo dos Santos dizia várias vezes que os culpados pelo facto de ele estar a sair mal, era o Massano e o Manuel Vicente.
O Massano é o responsável pela política económica e pela equipa económica.
O presidente não é economista. Foi Massano quem teve péssima opção de subir o combustível. Muitos no Governo não queriam. Por isso, o culpado do vandalismo é o Massano e, isso, por várias razões.
Portanto, no BNA fez o seguinte:
- Péssima gestão do câmbio flutuante, que fez Angola perder mais de 23 mil milhões de dólares das reservas líquidas internacionais.
- Péssima gestão do BNA, que levou Angola a ser incluída na lista negra do GAFI e do Banco Central Europeu, porque, eliminou no BNA o Departamento de Controlo Cambial, o complance e a supervisão bancária.
- Péssima gestão, ao contratar a Omatapalo para construir os cofres do BNA que custaram mais de 270 milhões de dólares. Negócios igual ao Museu da Moeda. Compara:Todo o Banco de Portugal vai custar 290 milhões de Euros.
Isso, uma vez mais levou as instituições internacionais a considerarem o BNA como uma instituição de lavagem de dinheiro.
Todavia, no governo fez o pior:
- Péssima gestão do Tesouro Nacional, com a venda directa de divisas do OGE para as empresas indicadas por si e que são propriedades de “suspeitos” a nível do sistema financeiro internacional.
- Péssima gestão da dívida pública, fazendo pagamentos directos, para algumas empresas, que depois, compraram divisas para transferir os dinheiros para o exterior.
- Péssima gestão do OGE, com despesas em bens não produtivos, como carros de luxo, vendidos por empresas do seu interesse, a preços inflacionados.
- péssima gestão da dívida do Estado, aumentando o endividamento e obrigando os Bancos a comprarem títulos do Tesouro, com renovação automática, retirando possibilidade dos Bancos investirem no crédito a econômia.
- Perigosa gestão da AGT, obrigando o PCA a mandar cobrar, compulsivamente, as empresas, sem negociação e indicando pessoas da sua conveniência, sem competência e juízo. O resto já sabemos.
- Perigosa gestão do Comércio que está entregue aos empresários estrangeiros, que são os mais beneficiários das divisas, para importação, sem controlo cambial.
Tudo isso, criou uma situação de inflação galopante, uma subida progressiva da taxa de câmbio e uma desvalorização desordenada do Kwanza, bem como, uma situação de banca rota do Governo, pois, o Tesouro ficou sem dinheiro e o BNA ficou com reservas abaixo de 5 mil milhões, portanto, levou o Governo à FALÊNCIA.
Assim, a única solução que achou, foi convencer o presidente que a subida do preço do combustível, de forma secreta e imediata era a solução, para se conseguir pagar os salários do mês de Julho, Agosto e Setembro. Isso, mesmo com a rejeição de muitos membros do Governo.
Essa decisão colocou o presidente numa situação muito complicada: ou não se pagava os salários ou se suportava as manifestações. Ninguém previa que haveria vandalismo.
Isso, colocou o MPLA numa situação difícil e a solução que está na mesa é a exoneração de Massano, como foi com o Manuel Nunes Júnior, porque, a caminho das eleições as pessoas e as soluções não podem ser as que levaram Angola à crise.
O presidente, não é culpado, mas, teve de assumir a responsabilidade, porque, nomeou um Messi que todos diziam que era “vândalo”. Foi ele quem fez Eduardo dos Santos sair mal, e agora, quer também, fazer ao presidente João Lourenço, tudo porque, querem ficar ricos, com a pobreza do povo.
Mas, como as medidas que o PR vai executar vão resolver os problemas do povo, acho que o presidente vai sair bem.
Não culpem o presidente, como culparam o antigo presidente.
Os principais culpados, da crise de 2014 e agora dessa crise são: José Lima Massano, Vera Daves, Archer Mangueira, Ricardo de Abreu, Manuel Tiago Dias, Rui Minguês, Manuel Nunes Júnior, Mário Augusto João.
Todos devem assumir as suas responsabilidades e não passar as culpas ao presidente.
O ESTADO FALIU AO PONTO DE COMER A SUA GALINHA DOS OVOS DE OURO
Quem devia comprar os combustíveis na verdade é o Estado por via do Tesouro e depois colocar à disposição dos Angolanos nas bombas.
Mas o Estado decidiu transferir essa responsabilidade para a Sonangol, uma empresa estatal.
Assim, é a Sonangol que compra os combustíveis na Singapura e depois vende aos angolanos nas bombas.
- Portanto a Sonangol compra o litro de combustível a 0,50 USD
- Mas vende aos consumidores a 0,30 USD
- Resultado: o Estado está a subsidiar 0,20 USD por litro.
Agora, multiplica esses 0,20 USD por todos os litros consumidos no país ao longo de um ano. Dá cerca de 3 bilhões de dólares em subsídios anuais.
Como a Sonangol é uma empresa pública, deve entregar dividendos ao Estado todos os anos. Mas antes disso, ela desconta os 3 bilhões de subsídio.
O Problema começa aqui:
E se a Sonangol tiver prejuízos?
E se a Sonangol não tiver lucros suficientes para compensar esse subsídio?
Ela tem de usar o próprio dinheiro para comprar os combustíveis.
E o Tesouro passa a ficar em dívida com a Sonangol.
Hoje, essa dívida acumulada do Estado com a Sonangol já chega aos 10 bilhões de dólares.
Isso vai explodir mais cedo ou mais tarde.
A Sonangol não pode continuar eternamente a financiar esse buraco. Ela corre o risco de falir.
Então, o país tem três caminhos:
1 – O Tesouro assume o subsídio
Mas, para isso, vai dar outro problema. O Estado vai precisar aumentar mais impostos para conseguir financiar esse esforço.
2 – A Sonangol continua a subsidiar e vai acumulando perdas até falir. É uma questão de tempo.
3 – Eliminar definitivamente o subsídio aos combustíveis.
Usar esses 3 bilhões de dólares por ano para subsidiar o transporte público, agricultura ou dar crédito às famílias e empresas.
A Decisão é vossa!
Quem deve pagar pelos combustíveis?
O Tesouro?
A Sonangol?
Ou o Povo com o preço real nas bombas?
O Subsídio aos Combustíveis é uma oferta do Estado ao povo para andar com transporte barato.
Mas afinal… quem se beneficia do subsídio aos combustíveis?
- Quem consome muito combustível (os ricos – minoria).
Quem tem carro grande, gerador, casa no Mussulo ou frota de empresa.
- O pobre – a maioria.
Não tem carro, anda a pé ou de táxi.
Só se beneficia se houver transporte público subsidiado.
Conclusão: Este subsídio não beneficia os pobres.
Solução do Problema: O Estado deve continuar a subsidiar somente os Transportes Públicos e agricultura. O resto paga o preço real na bomba.
Com a retirada do subsídio a gasolina vai passar a custar nas bombas 912 kz.
- O preço da corrida do taxi vai permanecer a 200 kz….
O Taxista vai pagar apenas 300 Kz na bomba.
A diferença (612 Kz) será paga com um cartão de comparticipação que o Estado lhe vai entregar.
Feita as contas o Estado vai gastar apenas 10% dos actuais 3 bilhões USD, ou seja, 300 milhões USD.
E o restante aonde vai ?
Nós não queremos mais subsídio…
Nós queremos oportunidades…
O Estado deve dar este dinheiro ao cidadão … Como?
Por via de crédito às famílias e às empresas
Porquê?
- As famílias com crédito aumentam o consumo e estimulam a Economia.
- As Empresas com crédito fazem mais investimentos e criam mais postos de trabalho e ficam mais ricas
—
E no final do dia quem ganha com Isto?
O Estado…
Porque as famílias ao consumir vão pagar mais IVA.
As Empresas com mais investimentos vão pagar mais Industrial + IRT + IVA.
O Estado passa a arrecadar mais impostos.
Mas em vez de engordar ainda mais…
O Estado deve começar a emagrecer…
Deve investir em inovação, digitalização e governação moderna.
Com mais receitas e um Estado mais magro e eficiente, o Estado pode começar a reduzir os impostos ou eliminar alguns para alegria das famílias e as Empresas que vão ficar mais ricas.
Pensar país é isso: acabar completamente com o improviso e populismo e usar o conhecimento para montar estratégias sustentáveis.
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