Política

Abel Chivukuvuku AFINA MÁQUINA PARA CONCORRER ISOLADAMENTE PELO PRA-JA EM 2027

Escrito por figurasnegocios

Em (c.I) Abel Chivukuvuku deixa claro (nas entrelinhas) que vai concorrer isoladamente pelo PRA-JA em 2027, quiçá coligado ao BD…

Por Smith Adebayo Chicoty  – Consultor Jurídico-Político e Especialista em Comunicação Estratégica;
Em Luanda, aos 27 de Dezembro de 2024.

“A essa altura, no âmbito das negociações a UNITA fala em APROFUNDAMENTO e nós o PRA-JA falamos em REFORMULAÇÃO da Frente Patriótica Unida”. – Abel Chivukuvuku, Líder do PRA-JA – Servir Angola, Hoje em Conferência de Imprensa.

  • Hoje, numa conferência de imprensa da qual se esperava que o seu protagonista, Dr. Abel Epalanga Chivukuvuku, de uma vez por todas dissipasse as dúvidas e nuvens cinzentas que tem pairado sobre a modalidade de participação do PRA-JA – Servir Angola e do seu Líder ao pleito eleitoral aprazado para 2027, infelizmente Chivukuvuku num suptil e apertado jogo de cintura, que mais soou a manobra dilatória visando ganhar tempo e encontrar o hálibe perfeito para em momento oportuno dar um “bico na bunda” da UNITA/Adalberto Costa Júnior (mais que provável Líder da UNITA em 2027) em razão da necessidade do cumprimento de acordos recentemente firmados com o “Diabo”, do qual resultou na legalização do PRA-JA em tempo recorde.
  • Chivukuvuku pode parecer astuto, por muitos considerado um monstro/animal político, mas na minha óptica (Smith Adebayo Chicoty) não o é, não o é porque desde muito cedo, e é para isso que servem os grandes analistas e consultores políticos (ver politicamente além do óbvio, isto é, o que a grande maioria não vê), percebi que Chivukuvuku vai forçar ao limite uma situação desde logo de “impossível” aceitação/consentimento (por razões óbvias) para a UNITA, usando a posterior tal recusa como elemento de justificação para uma ruptura com a UNITA num momento político estratégico e bastante delicado visando mais uma vez fragilizar a UNITA e a sua liderança em vésperas do pleito eleitoral aprazado para 2027, depois de já o ter feito em circunstâncias similares em 2012 (com as devidas adaptações) com a UNITA e a sua liderança os deixando aos parafusos às portas das eleições.

Salvo se até lá houver situações contra natura Chivukuvuku, não tenhamos dúvidas, vai concorrer a solo, em razão da obrigação de cumprir com os acordos firmados com João Lourenço, sob pena de mais uma vez o sistema a exemplo do que ocorrera a quando da sua passagem pela CASA-CE voltar a cortar a asa ao Mano Abel e ao seu PRA-JA, o que a concretizar-se decerto significaria o fim definitivo da primavera política para Chivukuvuku e seus “muchachos”.

  • Chivukuvuku sabe a essa altura que uma eventual ruptura com a FPU e sua liderança, seja em que circunstância for significaria de modo instantâneo uma rejeição popular generalizada em torno da sua figura e da força política que lidera (o PRA-JA – Servir Angola), todavia conhecendo o Chivukuvuku e pelas informações muito seguras as quais tive acesso Abel Chivukuvuku ainda assim irá “mandar lixar tudo” e avançar confiante num bom resultado eleitoral do seu PRA-JA tendo em linha de confiança os acordos que estão sendo negociados com o regime nos termos do quais os servidores almejam que no limite o MPLA, por via da CNE, no âmbito da distribuição administrativa dos resultados, distribua na pior das hipóteses 40 Deputados ao PRA-JA – Servir Angola em 2027.
  1. Da narrativa contraproducente do líder do PRA-JA para mais uma vez sacrificar o povo e a alternância em 2027…
  • O Dr. Abel Chivukuvuku deve de uma vez por todas perceber que o momento actual que nos levará para o grande embate eleitoral em 2027 não é para vaidades, não é para o exacerbar dos egos na lógica do qual deve se querer ser chefe a qualquer custo.
  • Abel Chivukuvuku disse hoje, que por aquilo que ele e o PRA-JA defendem só continuaria na FPU em 2027 caso a UNITA aceite transformar a FPU em uma coligação eleitoral de iure.
  • Curiosamente, hoje excessivamente vaidoso sobretudo depois da legalização do PRA-JA, num acto típico de gente compulsivamente egoísta Chivukuvuku contradiz-se grosseiramente ao condicionar nos termos mais enérgicos e contundentes a sua permanência e do PRA-JA na FPU à transformação da Frente Patriótica Unida em coligação eleitoral.

Nota: Em 2022, no momento mais crítico da sua trajectória política, Chivukuvuku dizia que a FPU naqueles termos era e continuaria a ser a fórmula perfeita para derrubar o MPLA,  reiterando que não se devia perder tempo com tentativas de anotação uma coligação formal junto do Tribunal Constitucional até porque aquele órgão jurisdicional a tempo inteiro a reboque do MPLA nunca iria anotar tal intenção.

  1. Da necessidade de consentimento de sacrifícios visando a alternância do poder já em 2027…
  • Uma eventual transformação da FPU em coligação formal daria lugar a perdas políticas incalculáveis de vária ordem.
  • Precisamos não nos esquecer de que uma eventual transformação da FPU em coligação às portas do pleito eleitoral, e porque tal desiderato implicaria a constituição de uma nova bandeira, diferente da UNITA, num país com dificuldades de diversa ordem respeitante ao fluxo informativo sobretudo nas zonas mais recônditas não permitiria que os novos símbolos em tão curto espaço de tempo fossem suficientemente conhecidos junto dos mais diversos segmentos eleitorais desta Angola profunda, com todas as consequências daí advindas dentre as quais avultam uma confusão junto do tradicional eleitorado da UNITA no processo de identificação das suas cores no boletim de voto, nuance esta que pode de resto ser fortemente aproveitada pelo MPLA a seu favor.
  • Releva-se por outro lado o facto de que o formato actual da FPU funcionou perfeitamente em 2022, num cenário em que apesar da gritante fraude eleitoral o MPLA por pouco passava do ponto de vista técnico para a oposição caso perdesse no mínimo 2 pontos percentuais (ficando com 49%). Desta feita não restam dúvidas de que, colocado os prós e os contras sobre a balança, em nome dos supremos interesses do povo angolano assente na necessidade de uma urgente alternância do estado de coisas política no país o PRA-JA/Abel Chivukuvuku devem, pelo menos em 2027 concorrer atrelados à lista da UNITA.
  1. Da eventual extinção do bd e uma provável coligação (FPU Renovada) somente entre o pra-ja e o bd em 2027…
  • Abel Chivukuvuku, não tenhamos dúvidas, vai ser Cabeça-de-lista em 2027 mas não pela FPU, todavia Chivukuvuku a essa altura sabe perfeitamente dos riscos que corre se tentar aventurar-se a solo com o PRA-JA em 2027 mesmo que com garantias do seu amigo João Lourenço em vir a obter uma boa safra eleitoral, até pq JLourenço vezes sem conta demonstrou ser um político não muito confiável quanto ao cumprimento de promessas de ordem eleitoral.
  • Até lá, Chivukuvuku depois de medir a pulsação, em vésperas do pleito eleitoral de 2027, caso o cenário lhe seja de todo adverso para um avanço a solo, depois de uma rejeição da UNITA em transformar a FPU em coligação eleitoral Chivukuvuku irá liderar (falo com plena convicção) uma coligação (feito nova FPU) para a qual irá arrastar o Bloco Democrático, com a qual irá baralhar completamente as contas eleitorais em 2027, uma atrapalhação das contas cujo maior beneficiado será o partido no poder (o MPLA) que poderá ter um hálibe forte o bastante para justificar mais uma vez o adiar da alternância do poder político em Angola assente numa dispersão votos e consequente repartição do eleitorado entre a UNITA vs COLIGAÇÃO PRA-JA BD.
  • Portanto que a UNITA/ACJ tenham em atenção os factos que pelo presente trago à reflexão pública sob pena de virem a ser pelo Mano Chivukuvuku mais uma vez apanhada com as calças nas mãos, isto é, em 2027.

Somente por isso é que nos próximos dias vou tentar um encontro pessoal com o Presidente da UNITA, o Eng° Adalberto Costa Júnior, com o qual gostava de privar sobre importantíssimos assuntos políticos que nos levarão ao pleito eleitoral de 2027.

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