A guerra na Ucrânia provocada pela Rússia promete não parar nos próximos tempos.Ela tem causado prejuízos económicos e comerciais que atravessam as fronteiras das imensas regiões afectadas, mas há um facto a reter: todo o mundo precisa de comprar petróleo, gás, fertilizantes e cereais russos e ucranianos, e isto abre uma brecha para o continente africano, sobretudo Angola, que devia repensar no aproveitamento de uma oportunidade sublime para elevar os níveis de produção dos recursos do campo, manufaturá-los e vender ao Ocidente, incluindo os EUA. No meio destes recursos surge o petróleo e seus derivados; a pérola desejada por todos…
De facto, a África é potencialmente rica nestes recursos, principalmente os minerais que, bem explorados e aproveitados, serviriam para “moeda de troca” com outros continentes. Aos países ocidentais não importa apenas elogiar as potencialidades de África na frente dos dignatários africanos, fazer negócios por baixo da mesa, pois sabe-se que por trás espezinham-nos e mais: não páram de delapidar os nossos recursos, com a cumplicidade dos próprios líderes do continente.
A Europa e os EUA sabem que no continente africano já existe uma sociedade civil consciente , adulta e inteligente que confronta-se com eles, na perspectiva da busca de um acordo bilateral ou multilateral em benefício comum dos povos interessados.
Com o momento político-militar e económico vigente , há que admitir que, de facto, a África deve repensar imediatamente no posicionamento da sua liderança, pois, infelizmente, ainda temos governantes corruptos e servis aos antigos colonos eternamente somente interessados nos nossos recursos. Por isso, é preciso desmascarar os oportunistas que se apresentam como “amigos dos filhos de África” …Foi assim e continuará a ser assim por muito tempo, mas esta nova geração de intelectuais africanos pode mandar parar o festim…
Enfim, lamenta-se a guerra na Ucrânia e o sofriemento causado ao seu povo . Todavia, a vida há-de continuar a fazer o seu caminho…Ela repete-se e a Europa sobreviverá a mais uma mais uma corrida armamentista. Tal como noutros momentos, outros estados em situação de paz, tiveram a sua oportunidade e, sem receio, muniram-se de razões não só para tirar proveito do cenário, como, no fundo, acudir os mais prejudicados das guerras e outros desastres provocados por mentalidades retrógradas.
A África, particularmente Angola, não deve vacilar diante desta oportunidade . Pode e deve reerguer-se das trevas em que a sua economia está mergulhada. Muitos países necessitarão dos seus serviços e recursos produzidos e manufaturados pelas suas indústrias, mas é evidente que o lucro não pode ser obtido a todo o custo, atropelando as regras de cooperação estabelecidas com outros estados.
Uma boa notícia: de acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, “a generalidade dos analistas tem afirmado que países exportadores ou com capacidade para aumentar a produção e exportação de gás, como Angola, Guiné Equatorial ou Moçambique, poderão beneficiar da vontade de Bruxelas em diversificar as compras de gás à Rússia, principalmente no seguimento da invasão da Ucrânia”.
Mãos à obra.
Deixe um comentário