Recado Social

DESACONSELHO A LER…

Carlos Miranda
carlosimparcial@gmail.com.

Os dados saídos das anteriores legislativas deviam obrigar a   oposição a rever as suas estratégias eleitorais… Ora, mais cedo do que tarde virão as eleições autárquicas, quer se queira , quer não. Assim virá, de novo, a apitar um comboio mais ou menos truculento; mais ou menos arrogante,   cheio de  energia,  a aproximar-se cada vez mais à estação com a bagagem da  vitória no bucho. Mais uma…Este comboio chama-se MPLA.

Como não há lanches grátis, existe  a certeza quase absoluta que, mais uma vez, este  partido vai enchendo  cada vez mais    o peito e acredita que tem à sua mercê uma meia dúzia de adversários pobre, conformado, pouco crente nas suas perspectivas de alcançar o seu principal objectivo: liderar o país. Pois é, embora tenha  pregado um grande susto ao poderoso M, nomeadamente em Luanda, onde arrasou e no Zaire onde meteu no chinelo a concorrência preocupada em cuidar dos túmulos dos reis do Congo, nas autárquicas, o M não se vai distrair e muito menos poupar “esforços”. Estou a vos avisar….Vai ser muito, muito  difícil ganhar naqueles municípios que agora estão sob  “cuidados especiais”.

Vamos falar da Unita e parceiros estratégicos. O que é que temos? Sim, acordou em Luanda, por exemplo, e de que maneira! Depois das sucessivas eleições perdidas, certamente está a despertar e nas legislativas passadas e “contra-passadas” assustou mesmo… Forçada, deixou no último minuto do jogo a estratégia de apenas  participar para depois reclamar, lamentar e impugnar o resultado final junto do árbitro. Mas vamos aos “conselhos”.

(Des)aconselho 1. –  Apostem pelo menos numa táctica: gritem durante todo o tempo contra as injustiças e a todo o vapor. O grito deverá, em primeira instância, partir do parlamento onde os deputados da oposição se encontram demasiado acomodados, fruto das regalias que o cargo de “representante do povo” garante. Carro que compete com o do Primeiro Ministro da Inglaterra, casas tipo as de Kenny West e ou de Brad Pitt…, subsídios mais onerosos do  que os que  recebe o ministro da habitação do Qatar, salários mil vezes superior ao do camponês de Caconda, enfim…

(Des)aconselho 2.-  Dêem uma guinada mais forte para a direita e sem  medo de derrapar. É só abraçar o populismo puro  e duro de Le Pen ou do seu satélite tuga Vinturra do coitado do meu  Benfica que não tem culpa de ter um sócio daqueles. Toda a gente de esquerda, da direita ou do centro faz isso. Mente! Em nome das classes mais exploradas… Finge que dá uma canelada ao adversário, mas dá uma cotovelada no olho. Sim, é preciso dar nas “vistas”.

(Des)aconselho 3.- E como começar os “parlapiés”?  Simples! Usem frases simples , mas manipuladoras, que convençam o eleitorado burro…  Sim, puxem por temas importantes como  o presente de fome, de miséria e desemprego. Metam sempre na agenda a maka da  seca e outras calamidades naturais, cujo culpado é o adversário que devia colher mais dicas de resoluções dos problemas climáticos das zonas nem que for em Marte. Prometam uma chimpaca para cada mumuíla ou nhaneka, enfim, para cada detentor de uma manada de bois… um canal semelhante ao de Suez !De água doce, óbvio….

(Des)aconselho 4.- Prometam um desemprego na ordem de uns cinco por cento e todo angolano passará a sonhar efectivamente com a Califórnia ou Las Vegas; digam que todas as escolas – desde as do Talatona até aos do  Curoca – terão, sim, ar condicionado, boas cantinas, professores poliglotas, cientistas ou doutores premiados pela Universidade de Harvard ou da Columbia.

(Des)aconselho 5.- Falem, falem de tudo, ainda que não saibam do que estão a falar…Desde que tenham um eleitorado burro… falem. Vão vos ouvir ; melhor ainda, acreditem nos vossos sonhos, pois toda a gente avisada sabe o que é um político nato. E daí? Falem de objectivos impossíveis de serem concretizados nem daqui a um século! E as eleições autárquicas já eram…

P.S.- Bom, vou sair daqui de caxexe e soltar umas gargalhadas  na primeira esquina que encontrar… Avisei…Ninguém foi obrigado a acreditar nesta parvalhada escrita desde o princípio até ao fim. Quem acreditou… Siga!

 

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