DE NOVO A AMEAÇA DE DESINTEGRAÇÃO
O assalto a Bunaga, no Kivu-Norte, e a tomada da cidade pela rebelião do M23 demonstram a inferioridade combativa das forças armadas da RD.Congo. As declarações abertas do ocidente afirmando estar o Rwanda a apoiar M23 confirmam as acusações já difundidas pelas autoridades de Kinshasa. Uma das personalidades de referência em Kinshasa está a sugerir o encerramento das fronteiras com o Rwanda e a construção de um muro tampão ao longo da fronteira entre os dois países. A imprensa apela à mobilização geral dos cidadãos em torno das forças armas contra o Rwanda.
Mal se deu o assalto e a tomada de Bunagana, no Kivu-Norte, pelos rebeldes do M23, a embaixada dos Estados Unidos da América, fez alusão à presença das tropas do Rwanda no território da RDCongo. Citado pela rádio francesa RFI, o comunicado da missão diplomática dos EUA condenou “comportamentos provocadores” do país vizinho.
Texto Manuel Muanza
Fotos Arquivo FN
A denúncia pública de uma potência ocidental veio a sustentar as alegações das autoridades de Kinshasa, que têm responsabilizado o Rwanda pela ressurreição da rebelião do M23. A diplomacia americana exprimiu-se numa linguagem subtil. Diz estar com “extrema” preocupação “pelos recentes combates no Leste da RDC e pela presença referenciadada das forças rwandesas no território da RDC”.
Este tipo de discurso diplomático evidencia haver credibilidade das informações em relação aos apoios do Rwanda, tendo clara e inegavelmente passado pelo crivo da inteligência de Washington. “Kigali já não se está a esconder, pois argumenta dizendo estar a defender a integridade do seu território”, acusa o comentariasta do jornal Econews, publicado em Kishasa.
Um artigo de opinião em Congo Nouveau entende haver uma invasão da RDC pelo Rwanda e Uganda, pois “Tshisekedi está a ser apunhalado nas costas por Kagame (Rwanda) e Museveni (Uganda)”.
O editorialista do Forum des As propõe uma “união sagrada” dos congoleses como “imperativo” para a sobrevivência da “nação”. O trisemanário Africanews apela para “uma mobilização geral dos congoleses em torno das FARDC (Forças Armadas da RDC).
Um influente comunicador congolês, Ghislain Bamuangayi, pede às autoridades o encerramento das fronteiras, a suspensão das transacções comerciais com o Rwanda e a construção de um muro de protecção na fronteira RDC-Rwanda.
Intitulado “Todos em fileiras em torno das FARDC, a pátria ameaçada!”, o advogado sugere um recenseamento rigoroso na função pública com vista a “eliminar estrangeiros, espiões, inaptos, incompetentes” que providenciam a penetração do Rwanda.
O comando das forças armadas congolesas diz-se confiante e capaz de aniquilar a rebelião do M23 e aliados destes, numa clara alusão às tropas do Rwanda. Segundo o jornal Prospérité, o governo da RDC multiplicou contactos com missões diplomáticas com vista a esclarecer a situação no terreno.
Representações diplomáticas dos estados membros do Conselho de Segurança são as preferidas com a intenção de harmonizar posições e buscar apoios, indica Prospérité.
Nas discussões diplomáticas, Kinshasa evita falar concretamente da existência da rebelião do M23, movimento que qualifica de terro
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