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Reeleição histórica de Macron

Escrito por figurasnegocios

O DUELO FRANCÊS QUE MANTEVE A EUROPA EM SUSPENSO

Emmanuel Macron foi reeleito presidente de França e apelou à unidade do país no discurso de vitória. O chefe de Estado não fez referência às eleições legislativas de junho, apesar da execução do seu programa estar dependente da obtenção de uma maioria no parlamento. Emmanuel Macron prometeu um “método refundado”para a gestão do país. O presidente reconheceu ter recolhido muitos votos de protesto contra a sua opositora. Depois de agradecer, afirmou ter consciência das obrigações que esse voto acarreta.

Trata-se de uma reeleição histórica. O presidente venceu Le Pen pela segunda vez em cinco anos mas as projeções apontam para um resultado com uma diferença menor do que a registada em 2017 (Macron 66%, Le Pen 34%). Na história da 5.ª República Francesa, iniciada em 1959, é o único presidente a ser reeleito com uma maioria favorável no parlamento.

Macron atravessou no primeiro mandato a crise social dos coletes amarelos, a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia. Mas se o seu desempenho lhe garantiu uma base de apoio entre os reformados, os quadros médios e os eleitores com estudos superiores, não conseguiu atrair os mais jovens, categoria que acabou por alimentar grandemente a abstenção, afirmou o politólgo Bruno Jeanbart à AFP.

Os pouco mais de 58% conquistados por Emmanuel Macron mostram uma França dividida com o candidato da República em Marcha a sair vitorioso na fachada atlântica e nas grandes cidades, enquanto Marine Le Pen obtém mais votos na costa mediterrânica e no interior do Norte e do Leste do país.

Le Pen perde mas clama vitória – Na primeira declaração pública após o anúncio das projeções, Marine Le Pen preferiu sublinhar o encurtar da distância entre o escrutínio de 2017 e o sufrágio atual. Para a dirigente da extrema-direita trata-se mesmo de uma “vitória retumbante”. A União Nacional lançou de imediato a corrida eleitoral para as eleições legislativas que se realizam a 12 e 19 de junho. A candidata de extrema-direita sublinhou o facto das suas ideias terem obtido a adesão de quase 42% dos eleitores.(…)

ABSTENÇÃO
Uma das variáveis que vai ser alvo de uma análise fina nos próximos dias é a abstenção que ronda os 28%, maior do que em 2017 quando Macron e Le Pen se defrontaram pela primeira vez, e do que a registada na primeira volta a 10 de abril (26,31%).
A maior taxa de abstenção em presidenciais francesas registou-se em 1969 (31,3%). Esta é a terceira vez desde 1969 que a taxa de abstenção aumenta entre a primeira e a segunda volta de um escrutínio presidencial. Foram chamados às urnas 48,7 milhões de eleitores.

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