A Comissão Europeia espera que a economia da Zona Euro e da UE registem progressos em 2023, afastando a hipótese de recessão. As previsões são de avanço de 0,9% no conjunto dos países da moeda única – 1% em Portugal – e de 0,8% no conjunto do bloco. Para 2024, a Comissão Europeia prevê um crescimento de 1,6% na Eurozona e 1,5% no conjunto.
Por: Daniel Paes / Fotos: Arquivo NET
De acordo com comissário europeu da Economia, «a economia superou as expectativas no ano passado, com um crescimento resistente, apesar das ondas de choque geradas pela guerra de agressão da Rússia na Ucrânia».
Paolo Gentiloni considera que estes números são melhores do que aqueles anteriormente previstos. Porém, «isso não quer dizer que sejam bons». O comissário alertou que se mantém um cenário de incerteza e com riscos elevados.
A economia europeia desacelerou em 2022. De acordo com o Eurostat, na Zona Euro progrediu 3,5%, enquanto em 2021 avançara 5,3%. No conjunto da União Europeia o avanço foi de 3,6, contra 5,4% no ano precedente. O organismo estatístico espera que não se verifique uma contracção.
Quanto ao quarto trimestre, em termos homólogos, na Eurozona o crescimento foi de 1,9% e na UE representou 1,8%. No terceiro trimestre verificaram-se avanços de 2,3% e 2,5%, respectivamente. Em cadeia, a economia da Zona Euro avançou 0,1% e no conjunto dos 27 estados-membros ficou estável. No terceiro trimestre, verificou-se uma progressão de 0,3% nos dois conjuntos avaliados.
O Eurostat, na sua estimativa rápida, informou que a inflação na Zona Euro abrandou em Janeiro e pelo terceiro mês consecutivo. O índice de preços registou 8,5% no primeiro do mês, enquanto em Dezembro fixara-se em 9,2%. Esta performance resulta do abrandamento dos custos da energia. Por seu turno, os bens alimentares evoluíram em sentido oposto.
Os números do desemprego também registaram melhoria, de acordo com o Eurostat. Em Dezembro, a taxa recuou para 6,6% na Zona Euro e 6,1% no conjunto do bloco, face ao mesmo mês do ano precedente. Em 2021 situara-se em 7% e 6,4%, respectivamente.
A confiança dos consumidores da Zona Euro continuou a melhorar em Janeiro, o que acontece pelo quarto mês consecutivo. O índice de confiança progrediu 1,1 pontos percentuais. Todavia está ainda em negativo, em -20,9 pontos, revelou a Direcção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia. No conjunto da União Europeia, o índice avançou 1,4 pontos, progredindo para -22,4.
No caso das empresas verifica-se também uma situação de melhoria, registou a empresa de análise financeira S&P Global Market Intelligence. No Purchasing Manager’s Index (PMI) da Eurozona registou-se um progresso para 50,2 pontos, em Janeiro. Em Dezembro situara-se em 49,3 pontos. Esta foi o terceiro avanço consecutivo.
Em 2022, as trocas comerciais entre os países da UE representaram 225,2 mil milhões de euros. Este número significa um avanço de 22,7% face ao ano anterior, revelou o Eurostat. Já o comércio entre países da Zona Euro totalizou os 2.726,4 mil milhões de euros, avançando 24,4%.
O organismo estatístico europeu revelou que, em 2022, as exportações da Zona Euro, para o mundo, ultrapassaram 2.877,8 milhões euros, o que representa um avanço de 18%, em termos homólogos. As importações somaram 3.192,5 milhões de euros, um aumento de 37,5%. Assim, a Eurolândia registou um défice de 314,7 mil milhões de euros. Em 2021 verificara-se um excedente de 116,4 mil milhões de euros.
No conjunto do bloco europeu, as exportações somaram 2.572 mil milhões de euros, uma subida de 17,9% face a 2021. Por seu turno, as importações representaram 3.003,2 mil milhões de euros, uma subida de 41,3% face ao ano precedente. Deste modo, verificou-se um défice de 431,2 mil milhões de euros, contra um excedente de 55,1 mil milhões de euros.
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