Presidente da República chegou ao Rio de Janeiro com vontade de mergulhar e a desvalorizar a polémica do “desconvite” de Bolsonaro. O fundamental são os povos e as relações entre eles, destaca Marcelo, que está sereno e a aguardar para perceber se tem ou não um encontro no Itamaraty na segunda-feira.
Por: Filipe Santa-Bárbara *
inda com céu vermelho a amanhecer na cidade maravilhosa, o Presidente da República começou a visita ao Brasil como terminou em Lisboa: desvalorizando o “desconvite” de Bolsonaro e a dizer que o plano que tinha mantém-se. Em todo o caso, o fundamental são os povos, diz Marcelo Rebelo de Sousa, que não quer sair sem um mergulho em Copacabana.
“Eu tenho o programa que tenho, naturalmente farei, para já, o programa inicial”, diz Marcelo sem querer pronunciar-se mais sobre as declarações de Bolsonaro à CNN Brasil de que, afinal, já não iria receber o Chefe de Estado português por causa de um encontro que Marcelo terá com o opositor e candidato à presidência brasileira Lula da Silva.
“Para já, tenho uma prioridade que é aqui celebrar os 100 anos da travessia do Atlântico, estar na Bienal [do Livro] em força com os escritores brasileiros e portugueses, ter os contactos que tencionava ter e que sempre tive e tive o ano passado, depois ver o que sucede serenamente. Não há pressa, um almoço pode acontecer agora, pode acontecer em setembro, em outubro ou novembro”, destaca o Presidente da República.
Puxando dos galões, Marcelo sublinha a “experiência de muitos anos de vida e de vida política” para concluir que “o fundamental é olhar para os povos”. “As questões conjunturais, se almoça hoje ou depois de amanhã… Há de haver um momento em que há um almoço por força das circunstâncias”, comenta o Presidente que gostaria de tratar de temas com Bolsonaro como as relações União Europeia-Mercosul, também as temáticas do posicionamento na CPLP e nas Nações Unidas.
Porém, como o importante são os povos, Marcelo é taxativo: “Não pode haver melhor momento no relacionamento entre povos”. “Nós temos aqui uma comunidade portuguesa muito forte, mas agora há uma coisa mais importante: uma comunidade brasileira fortíssima em Portugal”, nota o Presidente realçando que a comunidade brasileira em Portugal “já está caminhando para 230 mil” e que pensa que “vai chegar rapidamente a 250 mil” em breve.
E com a praia de Copacabana em fundo, claro que Marcelo não seria Marcelo se não pensasse em atravessar a Avenida Atlântica para ir à praia: “Ainda tenciono mergulhar hoje aqui no Rio, vir ao Rio e não mergulhar é um crime”.
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