Alda Barros é poeta “escondida”, antiga jornalista são-tomense e funcionária das Nações Unidas falou com o nosso Editor, Victor Aleixo, sobre a sua actividade literária,do jornalismo em São Tomé e Príncipe,da sua tarefa de viajar pelos países do mundo e de Angola, que viveu em Luanda e que a dá saudades Alda recorda as suas andanças no nosso País e falou com propriedade sobre os países africanos que resgataram a sua independência de Portugal. Da sua poesia diz pouco mas revela que “está a ver uma Editora para editar em Angola os seus livros, acompanhe essa conversa”.
Por: Victor Aleixo (Jornalista) / Fotos: Alda de Barros
Figuras&Negócios (F&N): OI.Alda tudo bom? Afinal, tu és poeta(Isa)! Como foi o processo para entrares na literatura, mormente na poesia?
Alda de Barros: – Bom dia e antes de mais quero agradecer o convite da Revista Figuras&Negócios na pessoa do meu amigo Victor Aleixo, amigo de longa data, e igualmente editor desta preciosidade!
F&N:-Tens poesia de luta, romântica ou outra coisa?
Alda de Barros: – Sim, tenho poesia de luta, romântica e de intervenção, embora esta última tenha maior realce no meu próximo livro, em que o conteúdo versa quase que a 100% sobre a Saúde mental, o calcanhar de Aquiles dos nossos dias.
F&N:-Viveste em Angola, tivestes um marido angolano, conversávamos e tu, no sistema das Nações Unidas a viajares, tu não me disseste algo sobre o teu ingresso na poesia, somente ouvi que na tua terra, Guiné Bissau ou S.Tomê praticastes o jornalismo.Verdade? Se sim,porque deixastes o jornalismo?
Alda de Barros: –Vou começar pelo fim para realçar em primeiro lugar, que nem sempre temos tempo para partilhar tudo com os amigos e por vezes nem sempre nos lembramos de tudo quanto devemos partilhar, ou seja, há temas que talvez por uma questão de oportunidade, não conseguimos partilhar em tempo real. Acredito que esta deve ter sido a razão mais evidente, pela qual não consegui partilhar a minha veia poética que de facto começou em casa. Quando estudei jornalismo e integrei o grupo dos primeiros jovens jornalistas no “Jornal Revolução”, o primeiro jornal de S.Tomé e Príncipe pós-independência, já vinha de casa com a ânsia de um dia poder escrever com isenção, respeitando igorosamente as regras odontológicas sem ter de passar por uma censura por vezes imbuída em caprichos ou birras desnecessárias, se assim posso dizer, pois embora hoje possamos falar de liberdade de imprensa, sabemos que antigamente o jornalista não escrevia e nem publicava uma notícia sem antes vê-la passar a “pente fino” por vezes contra a nossa própria vontade… mas se costuma dizer, contra factos não há argumentos pois estávamos no regime de partido único e isso já quer dizer tudo! Em comparação ao que se vive hoje, embora se possa dizer que haja mais liberdade de expressão, sabemos que o jornalista por melhor que seja, passa por “apertos” jamais imagináveis pois ultimamente temos ouvido falar de agressões aos jornalistas o que é veementemente “ou deveria ser” condenável por Lei.
Continuando, e como vinha dizendo, a minha mãe era modista e isso aguçou a minha paixão pela literatura e por uma questão de obediência, as ordens da mãe significavam o mesmo que a doutrina cujo compromisso aos ensinamentos nela contidos eram religiosos.
F&N:-Quando é que mantemos contacto com a tua poesia? Quantos livros lançaste e quando?
Alda de Barross: – O meu próximo livro está quase pronto e dentro de dias, acredito que estará nas bancas. Tenho dois livros publicados e à semelhança do terceiro, também é de poesia embora hajam outros quase prontos mas terão de esperar mais um bocadinho pois ainda não posso dizer muito mais sobre os mesmos. Surpresas sabem bem e acredito que vocês já estejam curiosos…
F&N: – A reação do público foi boa?
Alda de Barros: –A reacção do público para além de excelente, posso falar de forma generalizada que até hoje, passados 8 anos desde a publicação do meu primeiro livro “A Flor Branca do Baobá” em 2017, (ambos pela Chiado Editora) e visto que o entusiasmo e a procura continuam em alta, esta aceitação por excelência fez com que me decidisse a continuar a escrever e daí ter publicado “Chuva de Prata” em 2019 e ter já o próximo livro às portas de uma editora.
F&N:-Tens contactos com escritores e poetas da CPLP sobretudo com angolanos?
Alda de Barros: – Com certeza que sim, tenho contactos com poetas/escritores da CPLP e reafirmo a excelente valorização dos meus escritos cujo maior apoio tido até hoje veio de dois poetas angolanos pois o mundo da escrita é um mundo que de momento, prefiro não definir (RISOS)!
Aproveito para enaltecer e agradecer a mão-amiga dos escritores que me têm apoiado desde o início desta “empreitada” por terem assumido a grande responsabilidade de prefaciar tanto o primeiro como o segundo livro, o que para mim foi uma honra e satisfação enormemente prazerosas.
Posso igualmente enaltecer a mentoria de alguns escritores são-tomenses, com os quais mantenho muito boas relações, não só pelos laços de amizade de longa data mas também com os quais troco impressões literárias quando acontece e igualmente de tantos outros escritores do meu País que volta e meia me surpreendem pela positiva, enlaçando os seus laivos literários a alguns momentos dos meus tempos de estudante, embora não possa deixar de mencionar aqueles que se escondem ou tentam interferir negativamente quando têm oportunidade pois o mundo literário tem muito que se lhe diga. Existe uma “corrida” desenfreada à fama e um medo enorme de ver surgir mais um escritor/a ou alguém com dotes literários que mesmo sendo veteranos, sentem-se ameaçados, o que deixa depreender alguma insegurança e falta de confiança suficiente em si próprios… ou ameaçados, a meu ver, desnecessários pois sendo que o que cada um produz é da sua inteira responsabilidade, o êxito ou o fracasso será determinado em conformidade daí, na minha opinião pessoal, achar que não há necessidade para tanto… mas cada um é como cada qual e assim, cada um vai trilhando o seu caminho de acordo com as suas conveniências pessoais.
F&N:-No mundo da poesia, tu te identificas com quem?
Alda de Barros: –A minha inspiração vem de casa, pois a minha mãe era, como sendo neta de um professor (o meu avô), tornou-se modista e enquanto estivesse a trabalhar, nos éramos obrigados a estar ali, quietinhos ao lado dela a fazer os “deveres de casa”.
F&N:-Tu és cidadã do mundo não obstante nasceres em S.Tomé ou Guiné Bissau. Tens poesia sobre o teu País ou factos e dizeres da terra? Conta-me tudo em relação a poesia que ingressaste.
Alda de Barros: –Sim, com certeza, sou cidadã do mundo e nasci no Pantufo, em S,Tomé, uma pequena vila nos arredores da capital são-tomense. Sinto-me uma cidadã do mundo e nesse percurso (pelo mundo) aprendi, e aprendi várias lições tendo tirado ilações de umas tantas sempre que surgisse uma oportunidade pois nasci em São Tomé e saí do meu país na sequência da transferência do meu pai que era funcionário público de São Tomé para Luanda na época colonial.
Por uma questão conjuntural, o meu pai preferiu proceder à mudança com a família e como consequência disso lá fomos todos para Luanda, onde ele trabalhou durante vários anos como funcionário público na Fazenda e Contabilidade.
Entretanto, presumindo que os problemas políticos tivessem contornos e dimensões incalculáveis, podendo mesmo ultrapassar a sua imaginação, regressou à terra-natal, São Tomé e uns anos depois, já em idade adulta, alguns de nós (dentre elas eu pessoalmente) regressamos a Luanda onde permanecemos e lá nos tornamos os seres que hoje somos. É certo que não foi fácil porquanto, regressamos numa altura crítica do País e tivemos que enfrentar como todos os desafios que se impunham naquele momento, alguns tantos ligados à readaptação num país que quase se tornara estranho mas com a ajuda de alguns familiares que permaneceram por lá, conseguimos vencer os obstáculos que fomos encontrando no percurso pois aprendemos ainda jovem, fomos ouvindo os conselhos em casa de que a vida não era um mar-de-rosas (RISOS)!
F&N:-Em relação ao teu País, como está a situação política e economica?
Alda de Barros: –Durante décadas, a situação política e económica do meu país tem sido preocupantemente caracterizada por alto, baixos e muito baixos e nos dias de hoje, não me atrevo a dizer que melhorou. De realçar o êxodo migratório a que todos assistimos e a lacuna existente hoje como resultado desse êxodo descontrolado que a todos toca de forma negativa, e ao que os nossos governantes assistem impávidos e serenos, logo, a situação social do país, no seu todo, está a em risco.
F&N:-Bom, já mudamos o rumo da entrevista e tu, cidadã do mundo que agora está na RDC, viajante, como está o mundo global na situação geopolítica?
Alda de Barros: –No contexto actual, falar da situação geopolítica: 1. Como mulher, escritora são-tomense e cidadã do mundo, vejo a globalização como tecido complexo de vozes. Vemos hoje um mundo onde potências historicamente cooperantes ameaçam quebrar o diálogo, com impacto sobre mercados e alianças de segurança.
Vários blocos enfrentam dilemas profundos: que vão desde a tecnologia à dependência energética, passando pelas questões ambientais e de segurança, com impacto o poder de mediação multilateral.
Os Estados insulares, diante de desafios climáticos de relevo, devem transformar-se em vozes vivas e actuantes nos temas ambientais e de políticas públicas destinadas a preparar as respostas para o futuro.
A minha experiência no terreno ensinou que negociação efectiva exige diversidade de narrativas e a criação de canais de diálogo mais resilientes capazes de conectar diferentes sensibilidades em prol do bem comum.
Internacionalizar o nosso olhar — do arquipélago para a governação global — significa reconhecer que o futuro faz-se com a participação activa de todos.
Julgo que a criação de cimeiras que promovam a convergência em projectos climáticos, culturais e de redes de paz poderá ser um caminho, a somar a outros, que jogarão um papel fundamental nas respostas para o futuro.
Integrar Pequenos Estados — como S.Tomé, Timor-Leste ou Cabo Verde — em plataformas regulares de confiança económica e social fortalece não só os países em si, mas ajuda a evitar que o mundo se enclave em bolhas geopolíticas.
O diálogo diplomático e transversal pode ser uma ponte onde trocamos experiências de governança, justiça, economia azul, e crescemos juntos.
O meu apelo, vindo de uma ilha jovem que aprendeu a ver na cooperação internacional um caminho para a estabilidade, é claro: façamos dos canais de diálogo uma política estruturante do século XXI, onde todos tenham direito a um lugar.
NOTA: Currículo profissional e pessoal.
F&N:-O que te interessa na vida?
Alda de Barros: –A vida é feita de oportunidades e neste momento, para além do trabalho a que me habituei e de me ocupar dos meus escritos, procuro me ocupar mais e melhor do tempo e tirar partido das minhas horas livres da melhor forma possível.
F&N:-Qual a cor preferida na roupa?
Alda de Barros Aida de Barros: –De uma forma geral, gosto muito do verde, a cor da esperança, que move o meu dia-a-dia e consequentemente o meu constante alto-astral e dita o êxito das minhas acções, programas e benfeitorias. Também gosto e uso o branco imensas vezes pois para mim, é a cor que inibe constrangimentos inesperados, quando surgem o que normalmente quase nunca acontece mas prefiro estar sempre preparada psicologicamente pois os contratempos surgem e nem sempre conseguimos evitá-los.
F&N:-É vaidosa?
A MINHA RESPOSTA – Como toda Mulher, sou vaidosa mas não extravagante pois há uma grande diferença entre estas duas condições, enfim, creio ter dito tudo! (RISOS).
F&N:-Relógio, sapatos, brincos, o que interessa pra ti?
Alda de Barros: –Relógios, sapatos e brincos: Como todas as mulheres, todos estes items interessam-me e fazem parte da minha indumentária quotidiana, pois cada um tem o seu “protagonismo” de forma ajustada, dependendo de cada situação pois diferem sempre uns dos outros, e jogam de forma individual com as cores, com a ocasião a que se destinam, bem como com o meu humor que pode ser bom ou menos bom num determinado dia, mas por não achar que seja uma pessoa de extremos, prefiro usar quase sempre o mesmo relógio o que me deixa ter a impressão de que o tempo não passa e poder ter maior domínio sobre a minha agenda diária. Dos brincos não falo pois já perdi a conta de quantos tenho e quantos ainda se encontram nas malas das mudanças que ainda não consegui parar e saber aonde estão e em que estado se encontram; os sapatos são um caso à parte pois posso afirmar que sou apaixonada por sapatos e cada dia tenho mais dificuldades de os acomodar tanto na bagagem que me acompanha pra onde vou, como nas sapateiras lá de casa já que perdi a conta de quantos são, qual o mais bonito pois já não sei dizer quantos pares de sapatos tenho ao certo. Isto inclui sapatos de toilete, chinelos de salto médio, baixo ou alto, chinelos com tiras e sem tiras, sandálias altas ou baixas… enfim sei que tenho tantos pares de sapatos que quando dou com alguns admiro-me por ter pensado que já não existissem… imaginem! (RISOS)!
F&N:-Viagem: Gostas de viajar? Quantos países que estivestes em serviço (NU)e particular?
Alda de Barros: –Adoro viajar e mesmo que tente não gostar, renovo a tentativa de não gostar e por gostar, triplico-a vezes sem conta (RISOS)! De resto, em nome da carreira e das minhas funções na ONU ao longo de 34 anos, posso dizer que gostar de viajar começou a fazer parte de uma das minhas maiores satisfações ou melhor, atracções. E assim, participei na primeira missão da ONU na Guiné-Bissau (UNOGBIS) e pela segunda vez regressei à Guiné-Bissau para participar na segunda missão da ONU (UNIOGBIS, 2000-2006) depois do Mandato ter sido mudado e deixando de ser uma missão política para passar a ser uma missão Integrada; seguidamente fui transferida para participar na UNMIT (Missão da ONU em Timor-Leste, 2006-2009); trabalhei igualmente na região dos Grandes Lagos nomeadamente no Burundi (BINUB, 2009-2010) sendo estas as mais longas, porém, fiz curtas missões na missão da ONU no Senegal (UNOWA, 2013);
Com o fim do Mandato da missão na Guiné Bissau em 2020, fui transferida para a RDC (MONUSCO Goma, 2020-2022) e por causa dos problemas que assolam a região, fui transferida para Kinshasa (MONUSCO, 2022-2025) incluindo o último (ano) em teletrabalho (2024-2025) para me distanciar da situação política existente naquela região e da qual todos têm conhecimento, minimizando outros danos em consequência da mesma.
BIOGRAFIA
Alda Maria Soares de Barros (Alda Barros), nasceu a 18 de Julho 1960 no Pantufo, S. Tomé, São Tomé e Príncipe. Estudou jornalismo em S. Tomé e trabalhou no primeiro jornal nacional da República Democrária de S. Tomé e Príncipe (Jornal Revolução). Foi militante da JMLSTP. Estudou Relações Internacionais na Universidade Lusíada de Angola e trabalhou no UNICEF e no PNUD (em Luanda) como funcionária local. Entrou para o quadro internacional da ONU em 2000 quando foi convidada a integrar a Missão da ONU na Guiné-Bissau (UNOGBIS) de 2000 a 2006 e depois na Missão da ONU em Timor-Leste (UNMIT) de 2006 a 2009. Teve uma breve passagem pelo Burundi na região dos Grandes Lagos no BINUB (2009 a 2010) seguindo-se a transferência em 2010 para a missão Integrada da ONU na Guiné-Bissau (UNiOGBIS) pela segunda vez naquele país da CPLP.
Fez igualmente missões de curta duração no Senegal, na Guiné Equatorial e no Ghana.
Com o encerramento da UNIOGBIS em 2020 foi transferida para Goma/RDC e devido à intensificação dos conflitos naquela região, foi novamente transferida para Kinshasa onde desempenhou as funções de Assistente Administrativa Internacional no gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos em Kinshasa (MONUSCO – Kinshasa) entre Maio 2023 – 2025.
É autora de duas obras poéticas já publicadas – “A Flor Branca do Baobá” (Ed. Chiado, 2017) e “Chuva de Prata” (Ed. Chiado, 2019). Tem participação em Antologias, pela UCCLA – Reflexão em Tempos de Pandemia com a poesia:
E SEM ME DAR CONTA… (19/05/2020); igualmente a colectânea da Chiado Ed. Liberdade, Liberdade 2023; e na Colectânea de Poesia publicada pela ONU na terceira edição do livro – “Sauti Poems of Healing” com o poema Worried Love de sua autoria, cuja atribuição coube-lhe a pag.22) e recentemente foi destaque na Revista de Literatura de Mulheres, intitulada: Entre Trânsitos e Margens, Revista feminina, da Universidade de Massachusetts publicada a 08/07/2025 com o poema “O BROTO” de sua autoria, Vol 9 (1) . 2025, como resultado de uma investigação sobre literatura escrita por mulheres, desenvolvida e integrada em equipas transacionais. Por um lado, reúne algumas reflexões construídas no âmbito do projecto Literatura de Mulheres: Memórias, Periferias e Resistência no Espaço Luso-Afro-Brasileiro/WomenLit, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Portugal) desde 2022.
POEMA: O BROTO
Num sombrio ponto de partida
Caminho em silêncio
Não importa para onde vou
Entre os segredos guardados no porão
Procuro palavras sussurradas
Amarradas a um presente em ascensão
Subindo e descendo em vão.
Num outro ponto de partida
Virgens viúvas de olhar manso
Experimentam sensações ousadas
Baloiçando uma paixão tediosa
Espreitando para todos os lados
Os medos ocultos e sonhados
Entre todas as marés tenebrosas
Que encobrem ondas gigantes
Ostentando a emoção de antes.
No ponto de partida seguinte
Atirando pedras esculpidas no vazio
Deslizando um arco em passos distantes
Mastigando em seco à chegada
Com os pés descalços e apressados
Num sopro tímido de quem chega
Sem avisos e nem data de partida
Para uma aventura destemida.
Longe do ponto de partida
Chegarei quieta de forma intensa para cuidar do teu corpo e do meu
E acalmar um passado adormecido
Carregando o broto de uma flor ingénua
Acalmando os intervalos turbulentos
Que invadem a sala de sons e canções
Transportando devagar o humor singular
Em pequenas doses
como se fosse uma canção de amor em forma de recital
Enfeitadas pelas alegorias da vida
Na penumbra de uma vida inventada.
(Alda Barros, São Tomé e Príncipe)
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