O veterano músico Carlos Albano perspectiva a
gravação da sua terceira obra discográfica ainda este ano.
A obra terá uma mistura de vários estilos musicais, para além do semba predominante nos seus discos.
De acordo com o músico, já com 50 anos de carreira, está praticamente tudo tratado e delineado para começar a trabalhar com músicos de Benguela, faltando apenas a data para entrar em estúdio.
“Penso começar a incluir as línguas nacionais umbudu e kimbundu no meu reportório para diversificar um pouco o meu trabalho”, pontualizou.
Segundo o artista, as coisas agora estão mais fáceis, porque já não é necessário deslocar-se para Luanda ou para fora do país para produzir uma obra discográfica, como acontecia há alguns anos.
Carlos Albano tem dois discos no mercado e algumas músicas gravadas que não fazem parte em nenhum dos álbuns já produzidos.
As que mais tocam actualmente nas rádios, festas e casas nocturnas são: “Marido a maneiras” e “N’dengue gastoso”.
Questionado sobre a situação social e profissional dos músicos, disse que não está fácil, mas “o mais importante é acreditar e ter em mente que chegamos lá”.
Entre as situações enfrentadas pelos músicos, estão a falta de alinhamento entre a União Nacional de Artistas e Compositores (UNAC) e seus filiados, bem como a não implementação da lei do mecenato, disse.
Sobre a música angolana, reconheceu estar a ganhar o seu espaço, tanto a nível nacional como internacional, por estar melhor estruturada, refinada e, consequentemente, ser mais consumida.
“A única coisa que lamento é que estamos a fugir um pouco daquilo que é a nossa originalidade. Alguns músicos, principalmente jovens, estão a recorrer a alguns estilos que talvez não façam parte do nosso cancioneiro”, afirmou.
Carlos Albano é de opinião que não se pode descurar “as nossas raízes”, acrescentando algumas coisas mais modernas.
“Podemos ter no álbum várias músicas, mas vamos colocar um semba ou outro estilo angolano para identificar aquilo que é nosso”, alertou.
Criticou os jovens que usam palavras obsenas nas suas letras, apelando para mudança de postura.
Para ele, as audiências são vastas e nem sempre essas músicas são apreciadas por todos que lá se encontram.
Em termos de agenda, disse que está disponível para quem o solicitar, independentemente do local.
“Tenho-me deslocado, não com tanta frequência, a vários locais, inclusive nalgumas províncias, mas agora já tenho de escolher para onde devo ir porque a idade já pesa um pouco”, comentou com humor.
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