Vítor Norinha
Jornalista
O mercado imobiliário de luxo voltou a “ganhar asas” depois da pandemia do início da década de 20 deste século. O relatório da Portugal Sotheby’s International Realty, denominado “2025 Luxury Outlook” tem importantes reflexões.
Desde logo perspetiva-se uma maior mobilidade de indivíduos de grande património financeiro, o que levará à criação de novos focos para o mercado imobiliário de luxo. Portugal é um dos destinos atrativos das novas fortunas. Realça o relatório que se perspetiva uma transferência intergeracional de riqueza no mundo no valor dos 80 mil milhões de euros, metade do PIB português, e que a nível de imobiliário poderá levar a que 135 mil indivíduos se relocalizem. Isto significa que haverá procura para migração da riqueza global, com impacto nos valores das propriedades e na oferta de imóveis disponíveis numa cidade. Constata-se que está a ser dado valor a imóveis com proximidade à natureza, às artes e à cultura, bem como o interesse crescente em branded residences e serviços personalizados. A Sotheby´s International Realty registou no mercado português um crescimento de 20% face ao ano anterior com vendas de imóveis na ordem de 1 milhão de euros. O conceito de luxo também tem vindo a ser redefinido com a integração de tecnologias, soluções sustentáveis e comodidades exclusivas.
O relatório tem ainda outras conclusões interessantes a nível de riqueza e de imobiliário. Refere que as mulheres estão a ganhar destaque como compradoras independentes de imóveis e estima-se que em 2030, as mulheres detenham cerca de 33 mil milhões de euros nos EUA, cerca de 38% de todos os ativos deste país. O estudo diz ainda que a próxima transferência intergeracional de riqueza, nomeadamente a que vem da geração dos “baby boomers”, geração do início dos anos 60 do século passado, contribuirá para este aumento de riqueza das mulheres. No mercado americano o segmento de imobiliário de luxo superou o ano anterior, e estima-se que irá crescer depois dos fatídicos acontecimentos do início de janeiro na Califórnia, ao desaparecerem milhares de imóveis de elevado valor no desastre climático mais dispendioso da história daquele país.
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