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EUA bem preparados para 2025 mas economia ressentir-se-á em 2027

Escrito por figurasnegocios
Por: Vitor Norinha

As políticas económicas da administração de Donald Trump far-se-ão sentir na segunda metade deste ano, e terão impacto muito significativo a partir de 2027, avança o segurador Crédito y Caución.

Refere um documento a que tivemos acesso que a economia dos EUA “entra em 2025 numa posição relativamente forte, com a manutenção forte a nível de gastos dos consumidores, alívio da inflação e flexibilização monetária por parte da Reserva Federal (a autoridade monetária dos EUA). O consumo privado representa quase 70% do Produto Interno Bruto (riqueza) do país e vai continuar a ser o principal motor do crescimento, apoiado pela rigidez do mercado de trabalho e pelo controlo dos preços. Referem os economistas do segurador que a mudança de administração “não afetará significativamente as perspetivas para 2025, uma vez que as potenciais alterações na política económica e comercial levarão tempo a implementar e a produzir efeitos”.

No entanto, a história em 2026 será diferente com os cortes nos impostos e a subida dos gastos do Governo que fará com que o PIB possa crescer 2,8%, mais do dobro do esperado para a zona euro, mas a trajetória das finanças públicas ficará num nível ainda mais dramático do que está hoje. E, a partir de 2027 começarão a pesar sobre a economia as restrições à imigração e ao comércio, com a imposição e taxas alfandegárias. Soma-se a tudo isto a incerteza política e a política interna dos EUA.

As restrições ao comércio com novas taxas e que tem sido a “chantagem” da administração Trump perante os outros blocos económicos, tende a atenuar-se e atualmente o que se fala é de tarifas e bens chineses na ordem dos 30%, quando já se falou em 60% para os automóveis, o que contrasta com tarifas atuais de 14%. O que se fala ainda relativamente a outros parceiros comerciais como o Japão, Coreia do Sul ou Vietname é tarifas dentro dos 10%. Este já foi o valor a aplicar às importações da União Europeia, mas as informações mais recentes já falam de uma tarifa menor e limitada a determinados produtos e indústrias, como sejam os automóveis, ou a importação de aço, alumínio e outros metais comuns.

Mas as cadeias logísticas não podem ser interrompidas e o lançamento destas tarifas iria criar disrupções que poderiam ser catastróficas e, por isso, o que se fala atualmente é no lançamento de novas taxas alfandegárias de forma faseada em 2026 e 2027, sendo que depois de 2027 poderão ocorrer grandes obstáculos ao crescimento dos países ocidentais, aumentando preços nos EUA com produtos importados, a par de um crescimento da inflação. Este impacto nos EUIA irá contagiar todas as economias da zona euro. Os mesmos analistas não acreditam no bloqueio de imigrantes para os EUA, pois isso significará menos economia e pressão salarial sobre a mão-de-obra existente, o que afetaria os setores agrícola, serviços e indústria transformadora.

Dito isto, as promessas da administração Trump têm de ser seguidas e perspetivadas numa lógica de retórica para negociar melhores condições para as empresas e produtos americanos que são exportados.

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