O Presidente da República de Angola, João Lourenço, efectuou recentemente uma visita às instalações do novo Aeroporto Internacional, localizado na zona do Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, em Luanda, com o objectivo de constatar o nível de execução da obra, tendo anunciado a sua inauguração para meados de Dezembro.
Sabe-se que desde há algum tempo que já está em curso a certificação final do novo aeroporto, que ocupa uma área de 1.324 hectares, tem capacidade para 15 milhões de passageiros e um volume de mercadorias de 50 mil toneladas por ano. A infra-estrutura possui duas pistas duplas e está dimensionado para receber aeronaves do tipo B747 e A380 – actualmente o maior avião comercial.
Segundo a Angop, a obra está a cargo da empresa estatal chinesa Aviation Industry Corp of China (AVIC) e está orçada em $ 2,8 mil milhões.
Entretanto, no final da visita às obras do aeroporto, o Chefe de Estado angolano concedeu uma entrevista à imprensa, cujo teor transcrevemos a seguir:
RNA – Senhor Presidente, muito boa tarde!
Eu tenho duas questões, uma que é naturalmente óbvia. Depois das reuniões que manteve aqui esta manhã e depois de ter percorrido praticamente esta infra-estrutura, com que impressão é que fica? Este ano, teremos já o novo aeroporto internacional de Luanda?
Uma segunda questão: Senhor Presidente, estamos já a falar do novo aeroporto, como uma espécie de casa nova. Perspectivas para o “mobiliário”? No sentido figurado, falo de aviões…
A TAAG, nossa companhia de bandeira, está em fase de modernização. O Governo tem algum plano de aquisição de novas aeronaves, para dignificar este novo aeroporto?
PR – Eu estive aqui a 4 de Dezembro do ano passado e devo dizer que saio daqui satisfeito, na medida em que houve uma boa evolução física dos trabalhos desta empreitada. A empreitada está quase no fim…
Quer saber se vamos inaugurar, se temos aeroporto ou não, no fim deste ano?
Eu digo que sim! Temos aeroporto. Portanto, no final do ano, vamos inaugurar este aeroporto.
“Mobiliário”… É evidente que, no acto da inauguração, o aeroporto tem que estar em condições de servir os passageiros. Portanto, não pode faltar absolutamente nada. Mas se está a se referir a uma nova frota da TAAG, devo dizer que a actual frota não deixa de dignificar a nossa companhia. Ela já dignifica a nossa companhia.
Agora, em termos de número de aeronaves, é evidente que com uma infra-estrutura da dimensão deste novo aeroporto internacional, o ideal será, com certeza, aumentarmos a dimensão, o tamanho da nossa frota, sobretudo dos aviões para fazerem os voos internacionais.
Nós estamos a negociar com a Boeing. Esta é uma negociação que já leva algum tempo e queremos acreditar que, desta vez, sim, vamos acabar por negociar um novo pacote de aviões Boeing para longo curso. É evidente que estes aviões não serão entregues no momento ou antes da inauguração [do aeroporto] no final deste ano.
Jornal de Angola – Muito boa tarde, Senhor Presidente. Já começaram os contactos sobre as empresas que vão operar no novo aeroporto? É possível saber o número de postos de trabalho que esta infra-estrutura vai gerar?
PR – Há detalhes que, como é evidente, não deve ser o Presidente da República a atrever-se a dizê-los, sob pena de dar informações que não correspondem à verdade. Este é um dos tais detalhes.
O que devo dizer é que, em princípio, todas as companhias aéreas que hoje já operam no Aeroporto “4 de Fevereiro”, todas elas, vão passar para aqui. E é nosso desejo que outros países, outras companhias, passem – a partir de agora que teremos um aeroporto do primeiro mundo – também a operar aqui. Ou seja, que venham também acrescentar ao leque de companhias aéreas que hoje já operam para o Aeroporto “4 de Fevereiro”.
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