A economia da Zona Euro abrandou no ano passado, com um crescimento de 3,5% face a 5,3% em 2021. No conjunto do bloco europeu também se registou uma desaceleração, para 3,5%, enquanto no ano precedente fora de 5,4%.
De acordo com o Eurostat, no quarto trimestre de 2022 a economia da Eurozona avançou 1,8% em termos homólogos e permaneceu estável em cadeia. No conjunto da UE, o produto interno bruto progrediu 1,7% face a 2021 e recuou 0,1% face ao terceiro trimestre.
Em termos homólogos, no quarto trimestre, as melhores performances verificaram-se na Irlanda (13,1%), Grécia (5,2%) e Malta (4,9%) – Portugal registou 3,2%. Os únicos recuos verificaram-se na Estónia (-4,4%), Lituânia (-0,4%) e Suécia (-0,1%).
Nos últimos quatro meses de 2022, em cadeia, as economias com maiores crescimentos foram a Grécia (1,4%), Malta (1,2%) e Chipre (1,1%). As principais quebras aconteceram na Polónia (-2,4%), Estónia (-1,6%) e Finlândia (-0,6%) – em Portugal registou-se uma melhoria de 0,3%.
Quanto ao emprego, o organismo estatístico calcula que tenha crescido, em 2022, 2,2%, na Zona Euro, e 2% na UE. No quatro trimestre do ano passado, em termos homólogos melhorou 1,5% na Eurozona e 1,3% no conjunto do bloco. Em cadeia, a progressão foi de 0,3% em ambos os grupos.
Quanto à inflação homóloga, verificou-se em Fevereiro o terceiro abrandamento consecutivo da taxa. Na Zona Euro foi de 8,5% e na UE de 9,9% – de acordo com o Eurostat.
A factura energética é considerada como a principal causa para algum abrandamento da taxa da inflação. Em sentido contrário estão as margens de lucro no comércio. A isto não são alheios os apoios às famílias e aumentos salariais.
A presidente do Banco Central Europeu pede mesmo um corte urgente dos apoios às famílias e às empresas. Christine Lagarde considera que essa é a solução para o controlo da inflação na Zona Euro.
«É importante começar rapidamente a reduzir essas medidas de forma concertada» – afirmou a presidente do BCE numa conferência em Frankfurt». Aproveitando a descida dos preços da energia, o fim dos apoios irá evitar o aumento das pressões inflacionistas «a médio prazo».
Apesar do nervosismo no sector bancário, o BCE subiu as taxas de juro em 50 pontos base. A instituição pretende assim uma antecipação do retorno ao objectivo da taxa de inflação aos 2%.
Por outro lado, Christine Lagarde disse que o BCE tem instrumentos suficientes para injectar liquidez no sistema financeiro, caso venha a ser necessário, derivada à volatilidade dos mercados. Afirmou ainda que «o sector bancário europeu é resistente, com fortes posições de capital e liquidez».
Agora fora do bloco europeu, o Reino Unido registou uma melhoria da economia em Fevereiro, em cadeia, de 0,3%. Este movimento, acima das expectativas dos mercados, levou à valorização da libra esterlina. A valorização da moeda poderá fazer o Banco de Inglaterra a decidir mais um aumento das taxas de juro.
Indicadores estáveis – O sentimento económico na União Europeia acalmou, depois de dois meses de melhoria. A expectativa de criação de emprego diminuiu e as confianças de empresas e consumidores estagnou em Fevereiro face a Janeiro.
Segundo a Comissão Europeia, o indicador de sentimento económico, em Fevereiro, manteve-se estável em todos os países do bloco, nos 97,8 pontos, e na Zona Euro baixou ligeiramente, colocando-se nos 99,7. Nas expectativas de emprego na UE caiu 0,4 pontos, para 107,7, e na Eurozona recuou 0,3, para 109,4.
A inflação na Zona Euro abrandou no segundo mês do ano, fixando-se em 8,5%, de acordo com a estimativa rápida do Eurostat. Em Janeiro fixara-se em 8,6%. Segundo o organismo estatístico europeu, o abrandamento dos preços da energia é o responsável pela performance.
UE e Reino Unido acertam-se quanto à Irlanda – O imbróglio na Irlanda pode estar solucionado. A UE e o Reino Unido entenderam-se quanto à situação fronteiriça. Uma das dificuldades do Brexit era não se verificar um retrocesso quanto ao relacionamento na ilha.
A presidente da Comissão Europeia e o primeiro-ministro britânico encontraram-se em Windsor, a 27 de Fevereiro, para resolver o problema. Ursula van der Leyen e Rishi Sunak declararam a remoção de qualquer fronteira marítima na Irlanda.
Entretanto, o consenso encontrado relativamente à Irlanda pode desestabilizar o país. Na Escócia pede-se um documento que abranja o território setentrional do país. Recorde-se que os escoceses votaram massivamente na permanência na UE.
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