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Sobre missão nas centrais nucleares do país UCRÂNIA E AIEA CHEGAM A ACORDO

Escrito por figurasnegocios

A agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) alcançou um acordo com a Ucrânia sobre o envio de especialistas a todas as centrais nucleares do País, tendo reiterado os pedidos para o estabelecimento de uma área de segurança na zona de Zaporijia. “Chegámos a um acordo sobre o envio de missões de segurança da AIEA para todas as centrais nucleares da Ucrânia”, disse o Director-geral da Agência das Nações Unidas, o argentino Rafael Grossi, após um encontro com o primeiro-Ministro ucraniano, Denys Shmyhal, em Paris.

“Continuam os trabalhos para o estabelecimento da zona de protecção da central nuclear de Zaporijia”, disse Grossi, referindo-se aos riscos de bombardeamentos nas zonas próximas e que podem causar um acidente na maior instalação atómica da Europa.

O anúncio de Grossi foi difundido hoje, através da rede social Twitter, tendo o governo da Ucrânia secundado a declaração. “Também discutimos a desmilitarização da central nuclear de Zaporijia. É necessário travar as acções ilegais da Rússia na central ucraniana”, frisou o chefe do Executivo.

As instalações desta central, ocupada pelo Exército russo, sofreram danos e o abastecimento eléctrico foi afectado, prejudicando tarefas essenciais de segurança, como o funcionamento de refrigeração dos reactores. A Rússia e a Ucrânia têm emitido acusações mútuas sobre os bombardeamentos das zonas próximas da central de Zaporijia.

Anteriormente, uma missão da AIEA referiu a presença de equipamento militar russo nesta central, tendo pedido a Moscovo para retirar o arsenal. Shymal e Grossi participam em Paris na conferência “Solidariedade para com o Povo Ucraniano”, organizada pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.A conferência pretende debater e conseguir respostas sobre necessidades imediatas da população da Ucrânia nos sectores dos transportes, energia, abastecimento de água, alimentação e cuidados de saúde.

A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

 (Notícias ao Minuto)

O MUNDO DEVE REPENSAR A SEGURANÇA NUCLEAR

O ministro da Energia ucraniano, German Halouchtchenko, defendeu que o mundo deve “repensar a segurança nuclear”, lembrando os riscos envolvendo Zaporíjia, onde a central nuclear já sofreu cinco acidentes associados à invasão russa da Ucrânia. “Esta é uma questão colocada a todos os países do mundo”, disse Halouchtchenko numa entrevista à agência noticiosa France-Presse (AFP), no quadro da deslocação a Paris para participar numa conferência de apoio à Ucrânia.

Em Paris, Halouchchenko vai pedir equipamentos para ajudar os ucranianos a passar o inverno, quando mais de 40% da infraestrutura de produção de energia foi destruída nos últimos dois meses, e para se preparar o futuro e a reconstrução.

O país depende mais de 50% da energia nuclear para a produção de electricidade e não pretende abrir mão dela. “Temos planos para a construção de novas centrais, contratos já assinados, e vamos continuar com o nuclear porque temos muita experiência e milhares de profissionais”, afirmou o ministro ucraniano, para quem “é urgente rever os manuais civis de segurança nuclear” que, sustenta, “não previram o que está a acontecer na Ucrânia”.

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