A necessidade de reencontrarmo-nos, como angolanos e redesenhar o nosso sentido de pertença ultrapassa os sacrifícios consentidos em 2019,2020,2021 associado ao voto de confiança em 2022.
Não é possível que se continue a armadilhar os angolanos patriotas, com gestões lesa Pátria e despesas de qualidade duvidosas, que continuam a adiar o futuro da bem proclamada independência Nacional, aos 11 de Novembro de 1975.
Se é verdade que a ganância pessoal em detrimento do benefício do País não foi, não só exemplarmente punida, como não se criou os mecanismos necessários para travar os apetites de muitos dos nossos gestores públicos, a classe trabalhadora não pode continuar a ver o constante adiamento de uma vida dignamente aceitável.
Não é possível, nem com interferências estatísticas, dormir e acordar com alegria nos olhos e ver felicidade no rosto das nossas crianças.
A geração do meu Pai, se calhar aquela que de facto acreditou na Pátria, devem por disciplina e sentimento de transição geracional estar a dizer, não é esta a Angola que nós sonhamos.
Várias, têm sido as teses explicáveis e inexplicáveis para justificar o descalabro, por que hoje passam os angolanos. Mas o certo, à vista de todos nós está: desempregos, crianças de rua em grupo para comerem, nossas mães e até irmãs vendendo o corpo para levar o sustento de casa etc e o Executivo com regalias e regalias, quase que ninguém nos apresenta contas e uma nova elite a ser erguida que amealham fortunas com montantes que a maioria dos angolanos (hoje até já duvido do amor desses angolanos) tal é, o ir e volta até dos seus filhos, para as antigas potências coloniais da Península Ibérica.
A declaração de greve geral até porque a lei prevê direitos e deveres, é um direito dos trabalhadores e o nosso Executivo precisa analisar para aonde pretende ir e como?
No ar paira o sentimento de desalento, desencanto, tristeza, angústia, vergonha, incompetência, impunidade. Não se sabe se são os assessores pagos a peso de ouro que continuam a escalar o internacional 4 de Fevereiro e por cá ficam, ou se são os dupla-nacionalidade que vão tomando gosto em ver os nacionais patriotas vivendo em condição de pedintes.
Os mecanismos criados para pressionar o Executivo fazem parte da democracia e a greve deve levar-nos ao diálogo sem posição de supremacia. É preciso realismo e amor para o que se vive hoje.
Deixe um comentário