Angola anunciou a sua retirada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), em comunicação feita pelo seu Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro de Azevedo.
A medida surgiu na sequência da sessão do Conselho de Ministros, que aconteceu esta quinta-feira (21) no Palácio Presidencial em Luanda, sob orientação do Presidente da República, João Lourenço.
“Angola sempre cumpriu com as suas obrigações e lutou o tempo todo para ver a OPEP se modernizar, ajudar os seus membros a obter vantagens. Sentimos que neste momento Angola não ganha nada mantendo-se na organização e, em defesa dos seus interesses, decidiu sair”, explicou aos jornalistas o Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, na sala de imprensa do Palácio Presidencial.
“Quando vemos que estamos nas organizações e as nossas contribuições, as nossas ideias, não produzem qualquer efeito, o melhor é retirar-se. Entrámos em 2006 voluntariamente e decidimos sair agora também, voluntariamente. E esta não é uma decisão irreflectida, intempestiva”, referiu o Ministro ao comunicar a medida.
A decisão de Angola retirar-se da OPEP foi no mesmo dia reduzida a decreto, com força de Lei, que o Presidente da República, João Lourenço, assinou.
SOBRE A SAÍDA DE ANGOLA
DO CARTEL DA OPEP
Angola aderiu a OPEP quando produzia quase 2 milhões de barris por dia. Por outro lado precisava gerir as reservas descobertas até aquela data. Entrar na OPEP permitiu garantir um preço estável e consumir as Reservas existentes.
Estudos feitos dizem que a produção petrolífera de Angola até 2027 tende a cair para 500 mil barris dia caso não forem feitas novas descobertas.
Hoje estamos a produzir perto de 1,1 milhões de barris dia. As resevas existentes não permitem aumentar a produção. Angola precisa fazer novas prospecções para fazer novas descobertas e assim aumentar a produção.
A OPEP tem interesse contrário ao de Angola, eles produzem perto de 30 milhões de barris dia e o seu maior interesse é aumentar o preço de venda do Petroleo, diminuindo a oferta ou seja a produção. Para isto, o Cartel obriga os seus parceiros a reduzir a produção .
Diminuir a produção é a pior coisa que pode acontecer com Angola, pois a população não pára de crescer. A Economia Angolana passa por um problema grave, a China está a levar 65% do petróleo que Angola recebe como dividendos das Produtoras. É preciso lembrar que os barris recebidos servem de garantia para Angola recorrer a empréstimos no exterior. Portanto, a capacidade de recorrer a empréstimos está praticamente esgotadas.
O Governo Angolano tem estado a procura de Investidores para o sector no sentido de fazer novas descobertas e aumentar a Produção…
Fora da OPEP, vamos ter a liberdade de produzir sem limites e claro os maiores interessados são os produtores que vão fazer mais investimentos para ganhar mais lucros.
Sendo assim, faz sentido se manter na organização nestas condições?
Fim da aula / By. Ti Mond
Os países produtores de petróleo dirigidos por patriotas, estão há alguns anos a fazer enormes reservas do petróleo, fomentando outros sectores da economia, Emirados Árabes Unidos e Malásia são bons exemplos
Angola podia perfeitamente seguir o mesmo caminho alavancando a agricultura, nós já fomos exportadores de quase tudo, podemos voltar a ser,no nosso país podemos ter 2 colheitas por ano,é a falta de amor à Terra que não nos permite ser uma grande potência agrícola
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