por Vitor Norinha
Perante o aumento da inflação e a depreciação do real, a Autoridade monetária do Brasil prepara-se para um aperto da sua política, com subida das taxas de juro diretoras. Refere o segurador Crédito y Caución que a economia brasileira “provou ser mais resistente do que o esperado em 2024”, mas a expetativa para os dois próximos anos é de uma desaceleração do crescimento económico, muito pelo efeito da subida de juros esperada para 2025 e 2026.
O PIB do Brasil deverá crescer 2% ao ano nos próximos dois anos e uma das grandes dificuldades do país é a estrutura de Governo que piorou depois das eleições a meio do mandato em 2024. O Governo depende de uma ampla coligação com partidos que defendem políticas divergentes. Até agora o Governo de coligação conseguiu algumas reformas estruturais, como foi a simplificação fiscal, mas dificilmente chegarão a acordo quanto a medidas de aumento de receitas fiscais de forma progressiva, e que são necessárias para o cumprir os objetivos orçamentais.
Diz o segurador que foram os gastos sociais que suportaram o aumento da procura interna por parte das famílias, mas também foi esse o motivo que gerou incertezas económicas que pesam sobre o futuro da economia do país. Assim sendo, a moeda brasileira já perdeu 16% do seu valor em face do US dólar em 2024 e isso empurrou a inflação para níveis acima dos 4,5% e que foi o patamar estabelecido pelo banco central brasileiro antes de tomar qualquer medida restritiva a nível monetário. Setembro último foi o arranque das políticas de aperto monetário e o segurador prevê que durante o primeiro trimestre de 2025 a taxa diretora principal coloque os juros nos 12% anualizados. Eventualmente, e caso a orientação da inflação inverta, poderá cortar taxas no segundo semestre deste ano de forma ligeira, antecipando que 2025 feche com a taxa diretora principal nos 11%.
Deixe um comentário