Desporto

Seleccão e infrastruturas: ANGOLA INVESTE TRÊS MILHÕES DE DÓLARES PARA RESGATAR EM CASA O “AFROBASKET”

Escrito por figurasnegocios
Texto: António Félix / Fotos: F&N

Para chamar a si a organização da prova, Angola tinha superado a concorrência do Marrocos e Egipto que, após uma análise minuciosa das propostas apresentadas, ficaram a quém da capacidade organizativa e infra-estrutura desportiva de Angola, que irá sediar o prestigiado torneio, depois das edições de 1989, 1999 e 2007.

O cenário está montado e aprovado pela  Comissão Organizadora do Campeonato Africano das Nações que, visita de constatação aos campos que vão estar à disposição das selecções para os treinos, considera que a prova será um sucesso no campo organizacional e competitivo, de 12 a 24 de Agosto nas províncias de Luanda e do Namibe.

Desde as condições dos pisos das quadras, balneários, zonas reservadas para entrevistas rápidas, acessos e condições dos parques de estacionamento, infra-estrutura de atendimento médico e do espaço Angola afinou para não falhar em relação às normas da FIBA África.

A Televisão Pública de Angola (TPA) é a cadeia escolhida para cobertura televisiva e mediática exclusiva do evento. Nas arenas preparadas para a prova em Luanda e Namibe estarão as 16 melhores selecções africanas de basquetebol.

Angola está colocada no grupos C do Afrobasket2025, com as selecções do Sudão do Sul, Guiné e Líbia. Trata-se de uma série onde o seu forte concorrente é a emergente e já temida selecção do Sudão do Sul.

Os entendidos na “bola ao cesto” no país encaram é com cepticismo o que poderá ser a prestação de Angola. Primeiro, porque a selecção iniciou tarde a sua preparação. Apenas seguiu em estágio para Portugal a  29, quando pela frente só restavam três meses da prova, algo que não acontecia no tempo em que Angola era o “império”  do basquetebol continental.

O seleccionador nacional, Pep Clarós, dos  24 jogadores que elegeu tem de retira um naipe capaz de e bater o pé às outras equipas, contando, também, com a galvanização do público.

Segundo, porque pode eventualmente contar com um público que, é bom que se diga aqui de passagem, sentiu pouco barulho sobre ou ao seu chamamento. Quando se estava também a três meses do arranque do Afrobasket em Luanda e no Namibe, pouco se fazia sentir no capítulo de mais a divulgação da prova.

Na imprensa, nas ruas e outros locais faltou, aeroportos, faltou tudo, desde notícias constantes, marketing, outdoors, de modo a publicitar melhor o certame.

É um descaso a que as outras equipas podem tirar vantagens, não só as do Grupo C, mas, também, dos restantes grupos, nomeadamente, a Côte D’Ivoire, Cabo Verde, República Democrática do Congo e Rwanda (Grupo A), Tunísia, Nigéria, Camarões e Madagáscar (Grupo B) e Senegal, Egipto, Mali e Uganda (Grupo D), que sempre temeram a capacidade de ovação do público angolano, quanto mais em casa.

Advinha-se, assim, uma prova renhida, se for levado em conta que a mesma também qualificará selecções para o Campeonato do Mundo marcado para a Agosto/Setembro de 2027 no Qatar.

Competitivamente falando, há muitos candidatos, mas uma particular atenção dos aficionados de comentaristas da modalidade está virada para o Sudão do Sul que, nos últimos anos busca consolidar o título de “melhor da África”, o que certamente dará a ver, de novo, em Angola.

O seu sinal, nesta direcção ficou, só para recordar,  deu-o  em 2021, quando ficou entre as sete melhores de África e das experiências que já trazem dos Campeonatos do mundo e Jogos Olímpicos.

Ou seja, estar-se-à diante de uma selecção que tem jogadores de grande nomeada como se diz. Casos de Nuni Omot, Nyang Wek, Dhieu Abwok Deing, Deng Angok Yak Deng, Junior Madut, Lat Nai Mayen Nai, Kouat Noi, Kuany Atem Kuany, Jackson Makoi, Akuel Marko Kot, Kur Nyok Kuath.

Cabo Verde não fica atrás. Os  “Tubarões Azuis”, nome por que é conhecida esta selecção, que tem no seu Grupo a forte Côte d´ Ivoire, desde que levou a medalha de bronze em Angola em 2007, tem estado em grande destaque, tendo estado já num Campeonato do Mundo, em 2023.

E o que se pode dizer da Côte D´Ivoire liderados pelo técnico Miguel Hoyo? É uma selecção agora conjugada por uma  mescla de inteligentes jogadores jovens e enérgicos e outros mais experientes . Conta com 12 bases 7 extremos e 12 postes.

Entre eles, os mais renomados são Solo Diabaté, Vafessa Fofana e Nisré Zouzoua, mas, acima de tudo, muitos estreantes talentosos, como Junior Ouattara, Karl Kouamé, Yoann Traoré e Kevin Koné, que jogam na França, e também nos EUA, como Seydou Traoré, Kylian Touré e Caleb Ourigou.

O pivô do Bayern de Munique, Kevin Yebo, confirmou sua presença ao lado de Matt Costello e Alex Poythress. Esses jogadores talentosos são o sonho dos ivoireinses, que estão felizes em ver suas estrelas a brilhar em Angola. São eles Malela Mutuale, Rolly Fula, Christian Lutete, Garmine Kande, Jack Kabuya, Maxi Shamba, Pitchou Manga, Jordan Sakho, Franck Nyembo e Mervedi Miteo.

A República Democrática do Congo “inscreveu” o seu nome neste Afrobasket´2025 para demonstrar que, de facto, quer ser não apenas um novo cliente da prova patrocinada pela FINA-África, marcando presença, mas já verdadeiro competidor que pode protagonizar muitas surpresas.

O técnico Michel Perrin, e mesmo as autoridades daquele país, como o Ministro dos Desportos, Didier Bidimbu, ao entregar, simbolicamente, no início da preparação a bandeira nacional à equipa, cobrou uma participação brilhante à “armada congolesa”, que é composta por Malela Mutuale, Rolly Fula, Christian Lutete, Garmine Kande, Jack Kabuya, Maxi Shamba, Pitchou Manga, Jordan Sakho, Franck Nyembo e Mervedi Miteo.

Fora destas cogitações em torno de selecções que podem constituir surpresas, já se conhece, e resto, que há selecções, à partida, com o rótulo de candidatos habituais: Tunísia, Nigéria, Camarões, Senegal, Egipto e Mali.

 

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