Reportagem

Angola tem todas as fichas na indústria da paz A “LUA” COMO LIMITE NA ROTA PARA INVESTIMENTOS NO TURISMO

Escrito por figurasnegocios

Governo de Benguela e hoteleiros estão de mãos dadas rumo à construção de uma cidade turística numa baía que tenciona despertar para o mundo. Não há memória, se analisado apenas o período de paz, de uma fase em que o turismo tenha ocupado tanto espaço na agenda do Executivo angolano como agora acontece.

Por: Marcos Pontes António ⁄ Fotos: Arquivo F&N

Uma cidade turística com valências capazes de atrair o investimento privado, sobretudo o estrangeiro, deverá nascer na Praia da Lua, numa das dez baías eleitas pelas autoridades da província de Benguela para o desenvolvimento da indústria do turismo, soube a Figuras & Negócios.

Recentemente visitada pelo governador provincial de Benguela, Manuel José Nunes Júnior, a Praia da Lua, município do Dombe Grande, oferece condições, segundo levantamentos dos promotores, para o surgimento de uma “pérola do turismo” à medida da importância que o País confere, hoje, a um factor de crescimento económico.

Só em função das projecções, ainda sem timings estabelecidos, já se pode falar em parceria público-privada, com o Governo Provincial e a Associação dos Hoteleiros de Benguela juntos na procura de uma rota viável em direcção a esta cidade.

Fica, por ora, a certeza de que a Associação dos Hoteleiros terá, sempre na perspectiva de atrair o investimento, de <<vender a imagem>> da Praia, ao passo que o Governo é obrigado a mexer na estrada de acesso ao local.

Os hoteleiros entendem que a muito propalada criação de um bom ambiente começa com a reabilitação das centenas de quilómetros em avançado estado de degradação.

“Está tudo estragado, completamente estragado”, disse um integrante da caravana de Nunes Júnior, assumindo que o objectivo é, salvaguardando as diferenças, instalar valências que se assemelhem ao projecto Elefantes Bay, também na Baía Farta.

Em marcha desde 2016, este projecto, propriedade do Grupo Lucitur, conta já com arruamentos, algumas casas e vários serviços em execução.

Em nome do promotor, o empresário Manuel Fonseca revela que o objectivo é criar uma cidade de cultura, educação, saúde e turismo, carregada de paisagismos.

Ainda este ano, conforme fez saber, vai ser lançado o centro africano de ensino de excelência em saúde, esperando-se que os primeiros estudantes cheguem em 2026.

“Serão mil [estudantes], mas a cidade deverá albergar outros 15 mil habitantes, numa área de mil hectares. Serão 65 quilómetros de vias internas”, adianta o empresário, ao informar que os gastos até ao momento suplantam os 50 milhões de dólares norte-americanos.

Projectado para sete hotéis, o Elefantes Bay, com cinco etapas para 30 anos, criará cinco mil empregos directos.

Por seu turno, o governador provincial, ciente de que o Estado tem a responsabilidade de criar condições para que a Praia da Lua e a Baía dos Elefantes sejam atractivas, lembrou que muitos países têm no turismo a principal fonte de receitas e realçou que outros projectos podem ser ali implementamos.

“Temos de criar, acima de tudo, um conceito de pólo turístico, algo que nos ajude a encontrar investidores”, frisou.

Estas movimentações acontecem com o Executivo angolano a tentar levar a cabo o Simplifica Turismo, uma iniciativa que visa dinamizar o sector, e a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) a anunciar a emissão de obrigações para o turismo.

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