Economia & Negócios

Maria Luísa Abrantes EM ANGOLA AS OPERAÇÕES CAMBIAIS INTERNACIONAIS CAIRAM NA RUA

Escrito por figurasnegocios

O sistema financeiro em Angola está ameaçado. O sistema financeiro nacional, é formado pelo conjunto de instituições financeiras e de órgãos do Estado, que o regulam, (através de normas e regras), executam e fiscalizam as operações relacionadas com a circulação da moeda e do crédito, com o objectivo de manter a estabilidade econômica do país, evitando o endividamento excessivo das empresas e da população, (a quem as últimas dão emprego).

Por: Maria Luísa Abrantes

A verdade que é pública, porque está escancarada, é que o supervisor faz simplesmente” vista grossa”, com “o disco partido” de que os dólares no mercado “paralelo” são escassos, o que é uma das maiores inverdades. Pior ainda, porque o mercado informal é funcional a 100% em operações de transferências internacionais, porque executa a operação quase em tempo real (cerca de 1 hora), enquanto só no mês de Dezembro transacto , foi anunciado pelo BNA medida similar, para as transferências interbancárias.

Tudo se estragou mais, quando o Executivo, não satisfeito com aplicação desordenada, não monitorada das taxas de IVA e por puro amadorismo, decidiu taxar em 10% as transferências para o exterior, para além das taxas internacionais para o efeito.

Não seria mais sensato  taxar unicamente as empresas de prestação de serviços de consultoria, cujos consultores  desmoralizam qualquer quadro angolano, com as mesmas ou melhores credenciais e experiência, pelos valores absurdos que cobram?

É extremamente frustrante e revoltante ver os aviões da TAP, AIR FRANCE,  LUFTHANSA, TAAG , sempre cheio de estrangeiros “consultores”, alguns muitos mais velhos do que eu, outros de tenra idade. Nem todos com competência ou grande experiência.  Uma boa parte deles nunca teriam emprego no seu país . Chegam , já tem o motorista ‘a porta da entrada da emigração, antes mesmo de passarem pelo oficial da emigração, casa, escola internacional para os filhos e empregados que nunca sonharam ter. Outros, que tem negócios com altos dignatários, passam pela sala do  Protocolo de Estado.

Há alguns meses em Lisboa, um motorista de táxi que cresceu numa aldeia e pouco estudou, disse-me que trabalhava também com instalação de televisores e, que uma alta individualidade (disse-me para o saudar), o convidou para vir trabalhar a ganhar 5 mil dólares por mês como gerente de um empreendimento. No último voo internacional que fiz, encontrei um simples empregado de mesa de um restaurante em Cascais, também criado numa aldeia, só com a 4ª classe. Informou-me que está recentemente a gerir um empreendimento de restauração em Luanda, para alguém bem posicionado e que em 3 anos, teria dinheiro suficiente para comprar a sua casa em Portugal e ter “mais algum de lado”.

QUE PAIS É ESTE, onde um médico não ganha o salário mínimo de um português  iliterado, muito menos um Professor Doutor e  os nossos filhos ou tem de imigrar, ou ficam desempregados, se não forem membros do Partido no poder, dividindo as famílias e atrasando a nossa independência econômica?

Será pelo facto de a maioria das consultorias, sobretudo para os organismos do Estado, empresas públicas e mistas, serem por ajuste directo e possibilitar eventualmente “parcerias”?

Afinal a quem se pretende proteger? Custa-nos muito a admitir, que qualquer estrangeiro, até os menos letrados, que só sabem fazer contas de somar, de diminuir e o Corão, cheguem a Angola com “uma mão à frente e outra mão atrás”, controlem a economia  em todos os ramos de actividade e “mandem” nos angolanos . Será, porque nos comprometeram o suficiente para não se puder “virar o barco”. Até quando?

À semelhança do que se assiste em Moçambique, como seres humanos, devemos ter alguma consciência, decência e acima de tudo patriotismo. O povo desesperado, faminto e pouco letrado, pode perder o medo dos tanques na rua , num país, já debilitado do ponto de vista económico, financeiro, e de soberania , porque tem o futuro ameaçado . Como referiu o General Furtado, Ministro de Estado para a Defesa e Segurança, “Congoleses tratam BI angolano através da RDC”. “Tratam e recebem B.I. angolano ao domicílio”.

A pergunta que não se quer calar é: – Como é que cidadãos de um país pequeno e pobre como o Líbano , ou cidadãos pobres de países africanos com economias mais debilitadas, como o Mali, a Mauritania, a Eritreia, a Guiné Conacri, etc., conseguem fazer prevalecer a sua influência num país que lhes era desconhecido?

*QUE PAIS É ESTE ?

 

 

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