Yuri da Cunha, um dos maiores artistas e intérpretes da música angolana, comemorou 30 anos de carreira com um concerto especial no prestigiado “Coliseu dos Recreios”, em Lisboa.
O cantor teve a sua estreia no Coliseu em 2009, quando convidou novos talentos angolanos para se apresentarem aos portugueses, com o objectivo de promover e enaltecer a cultura musical de Angola. No ano passado, Yuri da Cunha retornou ao mesmo palco ao lado de Paulo Flores.
O concerto revisitou as três décadas de trajectória de um dos artistas mais relevantes da cultura lusófona, um artista que sempre esteve próximo do seu público e das suas origens. Foi um espectáculo que trouxe convidados especiais e que fazem parte do seu trajecto, mas acima de tudo foi a celebração do artista que pôs diferentes gerações a ouvir Semba, do qual descendeu o estilo de dança Kizomba, em Angola e não só.
Yuri da Cunha é conhecido pela sua paixão pela arte, cultura e tradição. O artista nunca se afastou das suas raízes, mantendo-se sempre fiel à sua essência e contribuindo para enriquecer a cultura angolana. Entre os seus principais registos musicais, destaca-se o álbum “Yuri da Cunha canta Artur Nunes”, uma homenagem ao cantor dos anos 60, e um grandioso espectáculo em tributo ao histórico ícone da música de protesto, Teta Lando.
Talento revelado precocemente, deu os primeiros passos na música com apenas três anos. Sobe pela primeira vez aos palcos com o seu pai, Henrique da Cunha, multi-instrumentista e cantor. Em 1994, com 14 anos, passa pelo Festival Rádio Nacional da Canção, onde obtém nota máxima. É então encaminhado para o programa “Pió-Pió”, da Rádio Nacional de Angola, onde grava o seu primeiro original “O Amigo”, que lhe permite a consagração de melhor cantor infantil pela estação.
Em 1998, rumou a Portugal para gravar o primeiro álbum, intitulado “É Tudo Amor”, que foi lançado no ano seguinte. No entanto, foi com o segundo álbum de originais, “Eu”, lançado em 2005, que Yuri da Cunha conquistou a maioria dos grandes prémios musicais de Angola. Além disso, entre 2009 e 2010, teve a honra de ser convidado por Eros Ramazzotti para participar de uma extensa digressão de 62 concertos pela Europa. Em 2015, ciente da importância da sua trajectória artística em Angola, Yuri lançou o álbum “O Intérprete”, que reflectia sobre a sua influência inspiradora nos novos artistas angolanos.
Hoje, Yuri da Cunha é reconhecido como um dos melhores e mais influentes músicos da história da música angolana contemporânea. Ele continua, desde o início de sua carreira, buscando criar respeito e dignidade pela história e cultura africana, especialmente pelo valioso património cultural de seu país. O concerto no “Coliseu dos Recreios” foi uma celebração memorável da sua brilhante carreira e do seu compromisso com a música e a identidade cultural de Angola.
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