Num passo significativo para a revitalização da indústria cafeeira angolana, foi inaugurada, na Sexta-feira, 6, na Gabela, província do Cuanza Sul, uma moderna fábrica de descasque e rebenefício de café. A cerimónia contou com a presença do Governador do Cuanza Sul, Narciso Benedito. A infraestrutura, construída pela empresa Imomukua, abrange uma área de 10 mil metros quadrados e possui uma capacidade inicial de processamento de 1.144 toneladas de café por ano.
Este projecto representa um investimento crucial, em parte financiado pelo Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC), com o objectivo de impulsionar a cadeia de valor do café na região.
Impacto na Produção e Apoio aos Produtores Locais Filipe Santos, proprietário da Imomukua, destacou que a fábrica opera actualmente com a matéria-prima de cerca de 800 produtores locais, dos quais 180 já possuem contratos de fornecimento assegurados. Esta iniciativa visa aumentar a capacidade de processamento e garantir um mercado estável para os agricultores da região, muitos dos quais são pequenos produtores. A expectativa é que a fábrica gere empregos directos e indirectos, o que fortalece a economia local e promove o desenvolvimento comunitário.
O Renascimento de uma Indústria Pós-Guerra – A inauguração desta fábrica é um passo crucial para o nosso país, que já foi um dosmaiores produtores de café do mundo antes de ser severamente afectado pela guerra civil. A indústria do café em Angola tem um poténcial imenso, com vastas áreas de terras aráveis e um clima favorável. No entanto, a produção diminuiu drasticamente ao longo dos anos, e esforços como este são vitais para o seu ressurgimento.
Café Angolano de Volta ao Mercado Internacional – O relançamento do café angolano no mercado internacional é uma prioridade. Filipe Santos confirmou que o principal mercado para exportação será o continente europeu, com um primeiro lote de 18 toneladas já pronto para embarque. Em Janeiro de 2024, já haviam sido exportadas 18 toneladas de café do Cuanza Sul para a Europa, o que demonstra a crescente demanda e o reconhecimento da qualidade do café angolano.
Iniciativas Governamentais e Pesquisa para o Futuro – A província do Cuanza Sul, tal como o Uíge e o Cuanza Norte, é uma das principais regiões produtoras de café em Angola. O governo angolano tem implementado várias iniciativas para revitalizar o sector, incluindo o fornecimento de mudas de café robusta a pequenos agricultores e a reabilitação de estações experimentais. A Estação Experimental do Instituto Nacional do Café de Angola (INCA), na Gabela, está projectada para se tornar um centro de pesquisa científica para café, cacau e dendezeiro, o que promete avançar ainda mais o sector.
Diversificação Económica e Perspectivas Promissoras – A diversificação económica de Angola, historicamente dependente do petróleo, passa inevitavelmente pelo fortalecimento da agricultura. Investimentos em fábricas de processamento como a de Gabela agregam valor ao produto bruto e criam oportunidades de emprego e renda para as comunidades rurais. À medida que Angola continua a investir em infraestruturas e apoio aos agricultores, o futuro do café angolano parece promissor, com foco em recuperar a sua antiga glória e construir uma indústria cafeeira sustentável e próspera.
Por: Agroportal.ao
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