Por Vítor Norinha
Pode o futuro começar em 1930? A Bentley diz que sim quando se trata de projetar os próximos anos. O modelo EXP 15 não é um concept car, mas antes uma visão de design do futuro à escala real e que se inspirou no lendário Bentley Speed Six de 1930 com três lugares e que, na altura, era apelidado de “Blue Grain”. O novo veículo tem um interior que é uma realidade virtual, pois não está fisicamente desenhado, também não é para um dia vir a ser comercializado, mas irá fornecer ideias e pistas para o primeiro veículo de produção totalmente elétrico da marca e que acontecerá em 2026.
A futura berlina desportiva terá uma interpretação moderna da grelha icónica, que será iluminada e com um longo capô “infinito”, habitáculo recuado e cavas de rodas traseiras musculadas. No interior a disposição dos três lugares permitirá uma acomodação melhor dos passageiros, bagagens e animais de companhia. No interior a marca promete uma fusão entre os botões físicos e as interfaces digitais, e que serão permutáveis, conforme o desejo do utilizador. Será usado o novo logo “Winged B”, que é inspirado no original logo de 1919, a par do uso do padrão interior em losangos da Bentley, que será adaptado. E como não poderia deixar de ser, a motorização será totalmente elétrica e com um sistema de tração integral. Terá uma autonomia alargada e velocidades de carregamento ao melhor nível.
Vamos a alguns dos pormenores. A experiência do utilizador apresenta tecnologia on-demand e que pode prever antecipadamente as necessidades dos clientes. A Bentley vai oferecer características físicas e digitais e pode, inclusive, fundir as duas opções. O exemplo está no atual “painel rotativo” que pode revelar um ecrã de infotainment num determinado momento e depois voltar a rodar para uma superfície sólida da consola central que quando o ecrã já não é necessário, o painel central a toda a largura do EXP 15 pode funcionar como uma interface digital para todo o tipo de infotainment, ou desligar-se para passar a ser uma superfície de madeira folheada, visível por baixo do vidro. Os designers salientam outro pormenor interior que se encontra por detrás do ecrã e que é semelhante a um relógio com vários “dedos” móveis e iluminados, a chamada “maravilha mecânica”, e que mais não é do que um dispositivo que pode indicar a direção da viagem do automóvel, o estado de carga da bateria e outras funcionalidades.
No exterior a proposta da Bentley em termos de cor é uma pintura acetinada de metal líquido denominado Pallas Gold, e que apresenta “reflexos brancos-dourados e é inspirado em vários elementos de níquel do histórico Bentley Speed Six, incluindo a grelha e os puxadores das portas”. Refere ainda a marca que aquilo que torna a pintura moderna é um pigmento de alumínio ultrafino, novo no mercado, e que permite a sua utilização na carroçaria em frente a dispositivos de radar de segurança e que ainda podem transmitir “através” dela sem reduzir a qualidade do sinal. A capacidade refletora do revestimento, refere a marca, facilita a sua deteção por sistemas “Lidar”, ou seja, é adequado para o tráfego onde estão implantados outros sistemas de condução autónoma.
A experiência dos 3 lugares
Influenciados pelo interior do Speed Six Gurny Nutting Sportsman coupé de 1930, o EXP 15 oferece uma disposição de três lugares. Descreve a marca que uma porta do lado condutor se abre para o banco do condutor e para um acolhedor assento traseiro, enquanto as portas duplas e parte do tejadilho panorâmico se abre para cima no lado do passageiro para permitir entradas e saídas mais suaves através de um banco ao lado do passeiro. O banco pode rodar 45 graus para fora, o que permite ao passageiro sair sem dificuldade. O banco do passageiro também pode ser deslocado para diferentes posições ao lado condutor. Pode ficar no modo “co-pilot”, deslizando para o banco traseiro na configuração standard, ou reclinado no modo “relax”. Nestas duas últimas configurações, refere a marca, é criado um grande espaço para as pernas e o sistema de arrumação do veículo permite que os apoios para os pés se dobrem para baixo no chão, de forma a criar um espaço para um animal de estimação ou para a bagagem de mão pessoal.
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