Política

CORREDOR DO LOBITO CONSTRUIR SOBRE DUNAS

Escrito por figurasnegocios

As notícias sobre corredor do Lobito destapam as fragilidades dos fundamentos económicos de um projecto que se pretende construir sobre dunas de areia.

A partir do momento que as empresas da RDC não participaram no consórcio da LAR, era de esperar que elas buscassem alternativas.

O porto de Banana faz sentido para fechar o ciclo das trocas comerciais da China com a África.

A matéria prima vai para China pelo leste pelos portos de Durban, da Beira e da Tanzânia onde estão a fazer investimentos de grande envergadura.

Os produtos acabados, televisores, ar condicionados, materiais de construção etc. etc. vêm via canal de Suez para os centros urbanos da costa ocidental africana, como Lagos, Kinshasa e Luanda que têm grande capacidade de consumo de bens industriais.

Fica assim fechado o circuito de extracção matéria-prima em África, produção industrial na China em grande escala e escoamento directo para os mercados de consumo africanos o que coloca em risco os entrepostos do Dubai.

Vale prestar atenção ao seguinte: Dubai Port World investe no Porto de Banana que será construído pela Mota Engil.

Dubai Port World opera de facto o porto de Luanda e promete investimento.

Mota Engil detem 49,5% do consórcio LAR (Corredor do Lobito) e promete investimento mas vai construir o porto de Banana.

A China Communications Construction Company (CCCC) detém cerca de 30% da Mota Engil que vai construir o porto de Banana e detem indirectamente 15% do consórcio LAR.

Enquanto isso a RDC e Angola, estão em “bifes” para ver quem cobra mais taxas aduaneiras e a disputar a candonga de bidons de combustível.

O comércio fronteiriço entre os dois países é um filme terror com polícias e bandidos à mistura.

Porque será que as empresas Angolanas e da RDC não se unem em consórcios?

Porque será que comércio entre Angola e a RDC não é apoiado por infra-estruturas logísticas e financeiras?

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