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São Tomé e Príncipe PATRICE TROVOADA ACUSA PR DE EXECUTAR “GOLPE PALACIANO”

Escrito por figurasnegocios

Ex-primeiro-Ministro são–tomense Patrice Trovoada acusa Presidente da República, Carlos Vila Nova, de executar um “Golpe Palaciano”, que culminou na nomeação de um Governo de iniciativa presidencial e “inconstitucional”.


“Esse Governo que se quer chamar de constitucional não é o Governo da ADI [Ação Democrática Independente], não é um Governo constitucional, mas é um Governo da iniciativa do Presidente da República que preparou esse golpe já há largos meses, no sentido de se apoderar de todos os poderes que não lhe confere a Constituição”, disse Patrice Trovoada num vídeo publicado na rede social Facebook.

Patrice Trovoada, que é presidente da ADI, afirmou que “o atual Primeiro-Ministro [Américo Ramos] não foi escolhido pela direção do partido, não foi indigitado pelo partido que venceu as eleições legislativas, por conseguinte é um primeiro-ministro ilegal”.

“Esse Governo que querem chamar de nova esperança, no fundo é um Governo de amigos e compadres que tem como denominador comum resolver os seus problemas pessoais e de ego hipertrofiado”, insistiu Patrice Trovoada.

ADI pode desaparecer?

Patrice Trovoada admitiu ainda que a ADI, que lidera, vive o “período mais difícil da sua existência” e corre o risco de desaparecer, após “o golpe” que derrubou o Governo.

“O risco que nós temos hoje [com o novo Governo] é de retrocesso, de incongruência, de aumento do autoritarismo e da corrupção, e o risco para o ADI é, de facto, de nos virmos a fraccionar e acabarmos por desaparecer, quando desde 2010 somos o maior partido de São Tomé e Príncipe”, disse Patrice Trovoada em mensagem de vídeo publicada na rede social Facebook, Patrice Trovoada, admitiu tratar-se do “período mais difícil da sua existência como partido político”, mas lembrou que foi o “escolhido para conduzir os destinos da nação são-tomense até 2026”.

“O ADI foi vítima, e todo o país ,de um golpe palaciano, golpe esse que contou com pessoas que nós até agora considerávamos de companheiros, que demonstraram a falta de integridade, a falta de honestidade, a ingratidão e o espírito perverso que levou não só à traição de outros companheiros, mas sobretudo levou a traição do contrato estabelecido entre o nosso partido e o povo que nos elegeu com maioria absoluta”, declarou.

Possíveis expulsões dentro

Do partido – O presidente da ADI, pediu ao militantes do partido “bastante resiliência, coragem e caráter”, prometendo manter-se “sempre ativo junto do partido”, sobretudo na preparação do próximo congresso que quer que aconteça o “mais rapidamente possível” para “expulsar todos aqueles que decidiram de facto sacrificar a ADI, sacrificar o programa de Governo”.

Entre os visados da expulsão, Patrice Trovoada destacou o Presidente da República, Carlos Vila Nova.

O chefe de Estado são-tomense entregou o cartão de militante da ADI após assumir as funções 2021.

“Eu apelo (…) à união [dos militantes], a continuarem a confiar no presidente do partido e no líder do partido para (…) sairmos dessa situação grave, perigosa, quer para o país, quer para o partido”, afirmou.

O XIX Governo são-tomense, liderado pelo economista Américo Ramos, foi empossado na terça-feira e é composto por 10 ministros, seis homens e quatro mulheres, e quatro elementos fizeram parte do executivo anterior, liderado por Patrice Trovoada.

Américo Ramos, escolhido pelo Presidente da República, após rejeitar dois nomes propostos pela ADI, foi ministro das Finanças (2010-2012 e 2014-2018) de governos do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, secretário-geral da ADI e Governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe, cargo que ocupava até assumir a chefia do Governo.

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