O problema de falta de liquidez não afeta apenas as empresas europeias, e em particular as empresas nacionais. Também na China, um país que está a digerir a “bolha” imobiliária, revela problemas graves de liquidez. De acordo com o Barómetro de Práticas de Pagamento divulgado pelo segurador de exportações espanhol Crédito Y Caución, cerca e 83% das empresas chinesas passam de uma gestão interna do risco de crédito para uma abordagem mais estratégica, e onde o seguro de crédito tem um papel fundamental. Deste conjunto de companhias, cerca de 42% destas empresas tem faturas que são pagas com três semanas de atraso e sofrem de problemas de liquidez. Revela-se ainda no documento que serviu de fonte, que as principais razões para os atrasos nos pagamentos prendem-se com os problemas de fluxos de caixa, litígios sobre faturas e ineficiências administrativas no processo de pagamento.
Indica o segurador que para mitigar o risco de liquidez as empresas chinesas atrasam os pagamentos aos seus próprios fornecedores, muito embora essa opção possa provocar “o efeito cascata em toda a cadeia de abastecimento”. Cerca de 40% das empresas mitigam as flutuações nos prazos médios de cobrança, sendo que as vendas a crédito são relevantes para as companhias chinesas, com cerca de 47% das vendas B2B a serem feitas a crédito, com contratos de pagamento médios a 40 dias.
Na antecipação de 2025, os analistas antecipam que 63% das empresas chinesas tenham uma melhoria dos períodos médios de cobrança, enquanto 30% não esperam qualquer mudança e uma minoria antecipa um agravamento das condições de liquidez. Ainda para 2025 cerca de dois terços das empresas chinesas, segundo a Crédito y Caución, esperam um aumento na procura dos seus produtos e serviços e cerca de 62% espera uma melhoria na rendibilidade da sua atividade.
A grande preocupação das empresas chinesas é o estado da economia nacional, sobretudo devido a uma crescente fragilidade da procura interna, mas confiam na resiliência da procura externa, sendo percecionada esta perspetiva positiva para todos os setores de atividade. Há ainda outras preocupações para as empresas como o tema ambiente e sustentabilidade, com destaque para o setor de energia e dos combustíveis, tendo em atenção que a economia deve caminhar para uma transição com baixas emissões de carbono.
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