Cultura

Álvaro Macieira REVELA FACETA DE COLECCIONADOR

Escrito por figurasnegocios

A caminho de completar 66 anos de idade. o jornalista cultural e escritor angolano Álvaro Macieira, que surpreendeu tudo e todos ao revelar-se artista plástico quando já estava na faixa dos 40 anos de idade, acaba de revelar uma nova faceta, igualmente surpreendente: a de coleccionador de arte.

Durante três décadas, Álvaro Macieira reuniu mais de 150 peças de arte de outros autores, sobretudo jovens com quem passou a conviver e algumas vezes trabalhar num apartamento no centro da cidade de Luanda, local que ele mesmo baptizou de “KinaMuta MutaKina ” em 1998.

Agora retoma esse conceito para realizar a exposição que está patente no Salão Internacional de Exposições de Arte do Museu Nacional de História Natural, que já está disponível ao público, podendo ser visitada de terça a sábado até Setembro deste ano.

O jornalista Álvaro Macieira marca assim uma nova etapa da sua muito fecunda e dinâmica vida, uma entrega única à causa da recolha, investigação e sobretudo na procura incessante de formas de divulgação da arte angolana.
No Museu do Kinaxixi o público interessado, sobretudo os professores das Escolas de Arte, estudantes, turistas e outros, encontrarão matéria suficiente para aprimorar os conhecimentos sobre uma parte significativa da realidade angolana.

Textos: Venceslau Mateus /Fotos: Arquivo NET

Figuras & Negócios (F&N)- Porquê KinaMuta MutaKina? Quantas obras estão aqui expostas?

Álvaro Macieira  (A.M.) – AM: Esta exposição ” KinaMuta MutaKina- 50 artistas reunidos ”  conta com uma selecção de 75 peças. São pinturas, esculturas em talha sobre madeira, também em bronze e cerâmica, gravuras e serigrafias.

F&N- O que representa para a tua carreira?

AM: A amostra representa uma parte modesta, mas mesmo assim de suma importância, o que servirá para perceber alguns percursos artísticos e estéticos de um período sumamente importante ainda a historiografar, quando precisamos e pretendemos conhecer Angola dos últimos trinta anos.

F&N- Aqui reúne 50 autores em exposição,  digamos, colectiva. É mais difícil organizar uma exposição desta índole ou uma amostra individual?

AM: A organização e produção de qualquer exposição de arte dá sempre muito trabalho. Não há dúvidas. Mas acredito que uma exposição colectiva é mais trabalhosa por envolver vários autores.

F&N- Quais as suas fontes de inspiração enquanto artista plástico?

AM: As minhas fontes são aquelas que pesquisei ao longo de alguns anos como jornalista na área cultural. Sempre tive um grande interesse pelas nossas tradições ancestrais, os contos,  os provérbios, toda a tradição oral e escrita,  a poesia, as máscaras, as esculturas,  as danças.

F&N-É tudo o que as Artes Plásticas representam para si?

AM: As Artes Plásticas representam sempre mais e mais. Tenho um grande interesse na procura de caminhos para trazer as experiências ancestrais para a contemporaniedade. O meu foco é o desenvolvimento.

F&N-Como estão as Artes Plásticas hoje, em Angola?

AM: As Artes Visuais e Plásticas angolanas estão hoje num bom caminho. Sem sombra de dúvidas. Com o surgimento e a consolidação de novos talentos saídos ou não das Escolas de Arte Institutos e Universidades, Angola está melhor servida.

F&N-O quê é que falta?

AM: Creio que faltam mais centros culturais pelas províncias e os museus.

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