Eu Té Macedo nunca tive Bolsa de estudos de Angola para estudar música. Fi-lo à conta do Estado português e dos meus pais. Eu mesma tive de trabalhar para suportar uma formação tão cara quanto elitista. A minha família sempre foi perseguida pelo Regime. Não se enganem. Eu e o meu Pai, pelo nosso valor, fomos usados por conveniência.
Desde criança, tive sentido Patriótico, fui educada a servir à Nação recém independente e em guerra.Quem estudou comigo sabe que sempre militei da OPA à JMPLA. Fiz discursos, ensinei cânticos patrióticos e por todas as Escolas onde passei do Magistério ao INE fomentei o hábito de se cantar o Hino antes do início das aulas. Participei de muitos sábados vermelhos e trabalhos voluntários. Um pouco por todo o mundo servi a Bandeira, com honra, dignidade e Alta Performance. Cuido da minha imagem pública por entender que sou também a imagem de um País, não fumo, não bebo, não me Drogo e não me prostituo. Sou educada e evito os escândalos.
Sacrifícios pelo país os fiz e muitos.
Inclusive da Ópera do S.Carlos à Gulbenkian onde trabalhei muitas foram as propostas para renunciar à nacionalidade angolana e assumir a portuguesa para ser projectada internacionalmente, tal como o fazem com os jogadores de futebol. Nesse contexto lembro-me do mui digno Man Torras, que sofreu os mesmos prejuízos que eu. Pressões e lesões. Ele tal como eu não traiu a Nação.
Desde 1988 que ganho dinheiro com a Música (Ensinando e actuando).
SOU PROFISSIONAL, então não me insultem.
Se me disserem que não há dinheiro e apelarem ao meu patriotismo, como muitas vezes aconteceu, eu dou o corpo ao manifesto.
Agora não venham com insultos de dizer que pagarem o meu justo salário é jogar dinheiro no lixo, dinheiro esse que gastam com carteiras de marca ou fatos de Groff, que gastam em copofonias, jantaradas e passeios com carros do Estado, a outras propostas indecentes.
Não me venham com estratagemas para alimentar o vosso vício de roubar.
Se os funcionários das missões diplomáticas estão revoltados e frustrados por terem os salários em atraso e não estarem com ânimo para festejar os 50 Anos, compreendo, mas não aceito ser o vosso saco de pancada.
Se o facto de eu ser a primeira Marimbeira mundial e a primeira Cantora Lírica da República de Angola, entenda-se em formação, erudita e não empirista, (Aceitem que doi menos, é facto provado) não vos diz nada, então doentes estão vocês ou sem noção. Cantar farândolas italianas não faz de ninguém um cantor erudito, é preciso ler música como quem lê um jornal, estudar, das Árias antigas, Lieder, Oratório as Árias de Ópera pesadas.
Eu sei que a inveja prolifera e sei que o assassinato de imagem existe.
Mas comigo não se criam.Eu sei quem sou, de onde vim e para onde vou.
O Regime já tentou me aniquilar de todas as formas, factos que trarei na minha Biografia.
Impediram-me de trabalhar em Angola desde 1997 e em 2016. E houve até um Grupo de Rappers famosos de Angola que se reuniram na Rádio Vial, para contestar o Prémio Nacional de Cultura e Artes, que por sinal não comprei ou pedi. A pergunta era: Mas quem é essa tal Té Macedo? Ignorantes ou servidores da Bófia para cumprir agendas. Fui a primeira pessoa a apresentar um Projecto sério para a criação de um Conservatório, foi barrado…Fui eu que pediu Bolsa para os Líricos irem a Cuba estudar,fi-lo em privado e em Público em pleno Concerto e eles ficaram obrigados a voltar ao País para trabalhar na área. Repito obrigados e não por vontade, ninguém deixa de fazer uma brilhante carreira internacional para ajudar outros, não existe, duas razões, ou não conseguiram ou foram obrigados a não fazer.
Portanto, eu não vos devo nada.
Tenho feito diplomacia cultural desde 1992.
Não admito abusos. Respeito quem me mate, mas ai de quem me ofenda.
Por: Te Macedo
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