Por Vítor Norinha
Embora a China tenha conseguido a descida das tarifas aduaneiras reais na exportação para os EUA, passando de 125% para 55%, em termos médios, o resultado final ficou longe das tarifas médias anteriores de exportação para os EUA e que eram de 20%. A estratégia chinesa passou, por isso, pela diversificação do comércio externo para países como o Vietnam, a Tailândia e a Indonésia, e que são países com relações amigáveis com os EUA.
Em abril, as exportações chinesas para os EUA caíram 9.300 milhões de US dólares, mas as exportações para a Ásia aumentaram 14.800 milhões de US dólares. Refere o economista da Atradius, Bert Burger, que esta é uma estratégia que ajuda a minimizar os efeitos das tarifas norte-americanas, mas também permite instalar estruturas de produção no sudeste asiático” para aproveitar as vantagens locais, que incluem salários mais baixos e subsídios fiscais. A deslocação de infraestruturas visa também estar mais próximo dos mercados consumidores. As rotas comerciais também estão a sofrer alterações e impulsionam o crescimento económico de países como o Vietname, a Indonésia e a Tailândia.
Claro que nem tudo é rosas, pois há países do sudeste asiático com tarifas muito elevadas no comércio com os EUA, caso do Camboja, o Laos, o Vietname e o Sri Lanka, com taxas entre os 40% e os 50%. O boom de exportações destes países para o ocidente está a ser afetado pelas tarifas que absorvem os fluxos de caixa dos exportadores. O Crédito y Caución alerta para o eventual aumento dos níveis de incumprimento destes países asiáticos.
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