O presidente da comissão executiva da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), Rosário Matias, afirmou que as artes plásticas sempre tiveram um papel preponderante no desenvolvimento social, cultural e político de Angola, com vista à construção de um novo país.
Segundo Rosário Matias, as artes plásticas acompanharam o processo socioeducativo e político de Angola, numa perspectiva de suporte de imagem em pinturas.
Sublinhou que, na véspera da proclamação da independência nacional, os artistas tiveram um papel fulcral em pintar os heróis nacionais, o 1º de Maio, a classe representativa do momento socioeconómico, as actividades desportivas, entre outros.
Recordou que, após a independência, o fundador da Nação, António Agostinho Neto, no âmbito da estratégia de desenvolvimento do país, apostou no sector cultural, resultando na criação de associações socio-culturais e profissionais.
Realçou que, naquela altura, havia algumas províncias mais activas e vibrantes nas artes, como Benguela, Huíla, Cabinda, Malanje, Cuando Cubango, Huambo, Cuanza-Sul e Uíge.
Salientou que, ao longo dos 50 anos de Independência, o país obteve vários ganhos, entre os quais o aumento do número de artistas, de instituições culturais, assim como a qualidade das obras produzidas.
“É a nossa apreciação. Crescemos tanto em número como em qualidade, por isso, consideramos que houve ganhos significativos. Temos um conjunto de obras nos equipamentos e em vários espaços públicos tanto de pintura como de escultura”, acrescentou.
Rosário Matias diz que as artes plásticas sempre tiveram um papel preponderante no desenvolvimento social, cultural e até político do nosso país, pois logo após a conquista da independência, em 1975, o fundador da Nação, António
Agostinho Neto, pensou na perspectiva cultural, no âmbito da estratégia de desenvolvimento do país, e começou a criar as associações socioculturais e profissionais.
“Lembro-me que foi em 1975 que foi fundada a União dos Escritores Angolanos (UEA) e em 1977, por sua orientação, criou-se a União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP). Então, desde 1977 que a nossa associação funciona a nível nacional. Naquela época, as coisas eram dirigidas centralmente, ou seja, a sede coordenava as delegações provinciais, portanto tínhamos artes plásticas em todas as províncias. Neste período, algumas províncias eram mais activas e vibrantes, designadamente Benguela, Huíla, Cabinda, Malanje, Cuando Cubango, Huambo, Cuanza-Sul e Uíge. Neste tempo havia a ausência de outdoors, o que nós vemos hoje em outdoors, em grandes fachadas de edifícios com lonas, eram os artistas que tinham que fazer com pintura.
Outro ganho dos 50 anos de Independência foi a nível da formação. O número de artistas plásticos que hoje temos a trabalhar no país é bem superior ao anterior. O número de institutos que leccionam matérias ligadas às artes plásticas também é maior e com mais qualidade.
Na sua óptica, as artes plásticas tiveram um impacto muito forte porque houve uma fase em que as artes plásticas acabaram por acompanhar o processo mais sócioeducativo e político, podemos até dizer numa perspectiva de suporte de imagem em pinturas.
“Estou a recordar nas datas comemorativas da nossa independência de pintar os nossos heróis, do primeiro de Maio, pintar aquela classe representativa do momento sócio-económico que vivíamos, as figuras emblemáticas, as actividades desportivas em que tínhamos quadros humanos e aquela toda estruturação. Havia sempre artistas plásticos a comporem as telas que se apresentavam. A arte sempre acompanhou a diplomacia, sempre acompanhou as relações entre os povos, sempre esteve presente quando o nosso país pretendesse estabelecer contactos com outras nações. Portanto, não falamos só de artes plásticas em Angola, mas falamos também da sua internacionalização”.
“O apoio que os artistas residentes em Angola recebem tem que ver com a participação em projectos no qual conseguem uma componente financeira para aliviar um pouco as necessidades que enfrentam. Também temos conseguido a realização de alguns prémios, como foi recentemente anunciado e bem-sucedido o Prémio das Artes Plásticas da Embaixada de Espanha. Por via desses concursos, os participantes e aqueles que vencem têm gratificação. Os artistas que vivem no estrangeiro aproveitam a troca de experiência, a facilitação de contactos com entidades dos países por via da posição institucional que a UNAP tem. Por exemplo, a emissão de declarações para tratar assuntos administrativos, como renovação de passaportes, viagens, etc. Temos também realizado palestras, eventos de troca de impressões, conseguimos há pouco tempo reabilitar uma ala que estava desactivada, mas ainda com algumas questões de segurança, permitindo que os nossos artistas façam as suas exposições.
ANGOP – A instituição tem cooperado com outras instituições similares?
A UNAP que tem relações estabelecidas com muitas entidades congéneres, com cerca de 400 membros.
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