Leitores Nota de Imprensa

Escrito por figurasnegocios

Um caso para analisar…
Fabricaram o vandalismo para impor o Estado de emergência, quem está a queimar Angola é quem a diz governar.


Até hoje, o Presidente não se dirigiu à Nação. O MPLA permanece em silêncio. Nenhum CAP do MPLA foi queimado. Nenhuma administração municipal foi vandalizada. Tudo o que está a arder pertence a privados, a gente comum. Isto não é normal. Isto é suspeito.

E não é tudo; dois dias antes dos tumultos em Luanda, realizaram um “exercício” onde mais de 20 autocarros da TCUL foram incendiados. No fim, justificaram que os veículos já estavam parados há muito tempo. Como é possível, num país em crise de transporte público, queimar deliberadamente meios do Estado? Estavam a treinar para quê? Ou para quem?

A verdade é dura, mas precisa ser dita: a nossa sede de vencer pode ser a armadilha que o próprio JLO e o MPLA prepararam para nós. Querem provocar o povo até ao limite, empurrar-nos para o descontrolo, para depois aparecerem como salvadores da ordem. A narrativa está pronta: vão culpar os cidadãos pelo caos que eles próprios fabricaram.

Há um padrão a que já nos habituámos: sempre que o regime se vê encurralado pela pressão popular, pelas falhas internas e pela perda de legitimidade, surgem “crises” que convenientemente abrem caminho para medidas de excepção. O que estamos a testemunhar hoje vandalismos, saques, instabilidade orquestrada não é mera delinquência espontânea. É um teatro bem montado.

Sim, o caos tem autor. E os dedos que puxam os cordéis estão no topo do poder. O MPLA, liderado por João Lourenço, está a ensaiar mais um golpe institucional: fabricar o descontrole social para justificar a declaração de estado de emergência. A seguir? Suspensão da Constituição. E depois? Alteração da mesma para abrir caminho a mais dois mandatos presidenciais.

Isto não é uma teoria da conspiração. É um método testado em África. O exemplo do Chade é claro: o antigo presidente Idriss Déby governou durante 30 anos, sempre prorrogando o seu poder com revisões constitucionais feitas à medida. Após a sua morte, o seu filho Mahamat Déby tomou o poder com apoio militar, suspendeu a Constituição, dissolveu as instituições, prometeu uma transição e… ainda lá está. A instabilidade foi usada como escada para instaurar uma nova ditadura familiar, sob o manto da “ordem”.

Este ciclo não é novo. Já vimos manobras semelhantes noutros contextos africanos, onde regimes encostados à parede usaram o medo e a manipulação para consolidar o poder. A diferença agora é que tudo está a ser feito à luz do dia, sem vergonha, sem disfarces.

O cidadão comum paga o preço nas ruas, nas lojas, nas praças. Enquanto isso, os verdadeiros responsáveis movimentam-se em silêncio, calculadamente, com um único objectivo; a manutenção do poder absoluto.

Não nos deixemos enganar; a insegurança está a ser promovida, alimentada e utilizada como pretexto. O que está em curso é um plano de engenharia política perigoso.

Pensem nisso !

Por: Sabalo Salazar


CITAÇÕES

Os cofres do estado não são saqueados por analfabetos. O intelectual africano é mais perigoso do que o não escolarizaado. A juventude africana tem a infelicidade de ser educada por esses intelectuais ignorantes que, além do do serviço público, seus diplomas são freios para o desenvolvimento da africa.
– Thomas Sankara

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A manifestação nunca devia ser por aumento dos preços do combustível e sim pelo aumento absurdo das propinas escolares
Essa senhora Luísa Grilo é causadora de muitos males no sistema de ensino.
Não sei qual o grau de parentesco que possui com quem a nomeia.
É irritante

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“Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor. Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas e armar os opressores”.

– Malcolm X

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“Quando pegas em armas que são para defender o povo e atiras contra esse mesmo povo, já perdeste o poder.
É só uma questão de tempo”.

– Samora Machel


PESQUIZANDO NA NET

“QUANDO O SILÊNCIO GRITA MAIS DO QUE O VIDRO PARTIDO”

Por muito tempo, o povo angolano foi ensinado a engolir em seco. A resistir em silêncio. A suportar o peso da injustiça como se fosse parte do seu ADN. Mas há silêncios que se acumulam como barris de pólvora. Há dores que, quando não encontram escuta, explodem. Ontem, em Luanda, o silêncio explodiu.

As imagens falam por si: supermercados saqueados, lojas destruídas, jovens com rostos cobertos e mãos vazias, mas olhos cheios de revolta. É fácil condenar a cena. E é justo, sim, condenar o vandalismo. A destruição não constrói. A violência não é linguagem que edifique futuro.
Mas é impossível falar desses actos sem falar do desespero que os alimenta.

Comida tornou-se um luxo. Emprego, uma miragem. Educação, um privilégio. Saúde, uma roleta russa. E enquanto isso, quem saqueou o país com gravata e portfólio continua a circular impune, protegido pelos corredores do poder e pela memória curta de quem tem de sobreviver ao dia seguinte.

Quando o frango e a farinha se tornam alvos de pilhagem, não é só pobreza. É desespero. É a falência moral de um sistema que já não consegue garantir o básico. Não estamos a assistir a uma revolta contra um supermercado. Estamos a assistir à implosão de um modelo de governação que secou a esperança até ao osso.

Mas que isto também nos sirva de alerta e de apelo.
Não deixemos que a nossa dor seja sequestrada por quem quer apenas o caos. Vandalizar não é resistir. Saquear não é reivindicar. A nossa luta tem de ser maior do que a raiva. Tem de ser consciente, organizada, ética, colectiva. O país precisa de uma transformação profunda, mas precisa também de paz para se refazer.

Temos o direito — e o dever — de exigir mais. Mas temos também o dever de não destruir o pouco que ainda é de todos. A liberdade de expressão é sagrada. A manifestação é legítima. Mas a violência rouba-nos a razão.
Que a fome não nos roube a lucidez. Que a revolta não nos desumanize. Que o futuro, se queremos mesmo um, seja erguido com coragem e com consciência.

Angola não pode continuar a ser só um lugar de sobreviventes. Tem de voltar a ser um lugar de vida.”

Niki Menezes

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