UM RATO ENGOLIU UM DIAMANTE
Um rato engoliu um diamante. O dono do diamante contactou um homem para o matar. Quando o caçador de ratos chegou, havia mais de 1.000 ratos agrupados e apenas um sentado separado dos outros. Avistou e matou aquele que estava sentado sozinho e, para surpresa dos proprietários, foi quem engoliu o diamante.
O surpreendido dono do diamante perguntou: “Como é que sabia que era aquele rato?” Respondeu com muita facilidade: “quando os idiotas enriquecem, não se misturam com os outros”. (Chinua Achebe).
A história do rato que engoliu um diamante é uma fábula popular, originalmente atribuída a Chinua Achele, é muitas vezes usada para ilustrar uma lição sobre as consequências de acções desnecessárias ou excessivas.
Chinua Achebe, escritor, poeta e pensador nigeriano, falecido em 2013, ficou célebre pela sua obra “Tudo se Desmorona”, mas escreveu muitas outras. Considerado o pai fundador do romance africano, continua a ser uma fonte de inspiração para as novas gerações seja pela sua estética literária, seja pela forma crítica e frontal como enfrentava a visão eurocêntrica da África e os desafios da África pós-colonial. Aberto ao mundo, nunca renegou a sua identidade africana.
A frase “Um rato engoliu um diamante” é uma expressão idiomática em português. Ela não é literal, mas sim figurativa, e é usada para expressar uma situação ou evento que é:
- Inexplicável: algo que acontece de forma inesperada e difícil de entender;
- Surreal ou absurda: algo que parece impossível ou que foge da lógica;
- Com um elemento de confusão ou humor: a combinação de “rato” (um animal pequeno e comum) com “diamante” (um objecto de grande valor e raridade) cria uma imagem estranha e divertida.
Esta fábula, da qual retemos “quando os idiotas enriquecem, não se misturam com os outros”, tem um quê de inesperado e de absurdo e, ao mesmo tempo, exala um cheirinho a Angola, basta misturarmos os ingredientes presentes na história: “ratos”; “diamante (s)”; “idiotas enriquecidos”, nas quantidades habituais e, digam lá, se não (re) conhecemos alguns, ou muitos, que se pavoneiam por todo o país, “montados” nos seus Lexus de luxo com vidros escurecidos. “Nada de misturas”, passou (continuou) a ser a palavra de ordem!
Só nos falta saber se o rato que engoliu um diamante valioso foi por acidente ou intenção. E, o dono do diamante, preocupado com a perda da jóia, contrata alguém para matar o rato e recuperar o diamante?
Das fábulas destilam-se sempre lições, por vezes várias, e esta não é excepção.
Por exemplo, a solução que o dono do diamante encontrou (matar o rato) foi uma solução extrema e desproporcional? Acabou por resolver o problema? Ou não? Ou até poderia causar mais danos?
Acabar com um rato significa acabar com a “rataria”?
Não me parece. Seria quase o mesmo “… por morrer uma andorinha, não acaba a primavera!”. Estamos juntos!
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