Economia & Negócios

Crescimento e desenvolvimento sustentável MATRIZ ESG E NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS

Escrito por figurasnegocios

Os avanços alcançados em torno do crescimento e desenvolvimento sustentável, reflectem uma viragem radical na forma com que as nações valorizam as questões ambientais, e nesta ordem de ideias, o conceito de sustentabilidade ESG (Environmental, Social, Governance), tal como é percebido hoje, representa uma viragem no pensamento dos líderes de organizações, relativamente ao como as empresas devem ser dirigidas e quais os impactos esperados na matriz de sustentabilidade.

Texto: Juliana Evangelista
Ferraz (Economista) /Fotos: Arquivo F&N

A matriz ESG é hoje um requisito importante em termos de planeamento estratégico das empresas e se consubstancia num conjunto de critérios utilizados para avaliar o desempenho de uma dada empresa em relação a questões ambientais, sociais e governança. De tal forma  que, em muitos países, o ESG é um indicador relevante para investidores e partes interessadas  no impacto e na sustentabilidade das empresas, ou seja, a determinação do valor de mercado de uma empresa que antes se centrava exclusivamente  na aplicação de metodologias de  avaliação por Valor Patrimonial, Valor de Mercado, Múltiplos, Fluxo de Caixa Descontado, e contabilístico, considera nos dias de hoje, as políticas de ESG como um dos componentes de avaliação de empresas, especialmente em processos de fusão e de aquisição.

Nunca é demais dizer que  realizar  acções  com sustentabilidade, também é dizer como crescer sem destruir o planeta, e hoje mais do que nunca, é ponto assente a necessidade de mudar urgentemente a relação entre as pessoas e a natureza. O actual modelo de criação de riqueza mundial prosperou à custa da degradação de recursos naturais e da desigualdade social, impedindo o crescimento sustentável da economia mundial.

Nas várias acções da ONU- Organização das Nações Unidas sobre os Oceanos, são abordadas com atenção sobre a problemática das questões ambientais, com a implementação de novas medidas que ajudam na preservação dos oceanos. Assim, de entre outras estratégias a serem adoptadas, é importante que os líderes políticos mobilizem parcerias quer por investimento estrangeiro ou local de forma a aumentar os investimentos em áreas inovadoras em defesa dos mares e oceanos, sem descurar o combate à acidificação da água, vejamos que a 400 mil anos atrás a data de hoje, houve uma grande variação de dióxido de carbono na atmosfera, a partir da década de 1950 o nível de CO2 ultrapassou às 300 partes por milhão, chegando actualmente às 400 partes por milhão.

Outro tema de destaque na economia azul prende-se com a pesca ilegal, como a captura excessiva e desregrada e pesca de arrastão que constitui um desequilíbrio ao ecossistema, visto que a pesca deve ocorrer dentro dos limites sustentáveis. Muitos especialistas afirmam que a proibição da pesca de arrastão ocasiona o aumento da bio- massa, que é a quantidade de peixes em superfície, daí, que será útil uma verdadeira gestão destes recursos. Logo, mais do que a protecção da pesca ilegal, o grande desafio mundial prende-se com a redução da transmissão do dióxido de carbono e outros efeitos tóxicos na atmosfera de forma a se criar uma economia limpa e sustentável.

As métricas da sustentabilidade ambiental ajudam o investidor a entender o relacionamento com a natureza, e nesta perspectiva, exige-se maior atenção, sobre a forma como são tratados os resíduos como por exemplo, aqueles provenientes da indústria têxtil e até que ponto as empresas incorporam políticas de respeito aos impactos ambientais.

O sector têxtil ocupa a nível da economia mundial um lugar cada vez mais decisivo, na medida que gera postos de trabalho e contribui para o aumento do produto e das exportações, apesar de afigurar-se como uma das unidades fabris com grande apetência para a poluição do meio ambiente.

As especificidades e contingências inerentes a este sector mudaram muito em relação a três décadas atrás, hoje estamos perante um fenómeno de internacionalização em que estas indústrias se enquadram com uma estratégia comercial agressiva de aquisições parcerias e fusões, com enorme capacidade criativa, rompendo com toda a filosofia tradicional.  Podemos constatar entre nós uma vontade e potencial criativo que alguns empreendedores nacionais manifestam, porém, estes negócios devem ser formatados de forma comercial dando uma clara primazia a qualidade, internacionalização e marketing. Ao invés do empresariado nacional se centrar na importação, deve apostar fortemente na implementação de tecnologias novas e know how, e este esforço, com incentivos, dará vantagens apreciáveis de retorno e lucratividade.

Um sector têxtil renovado compreende um forte benchmarking, copiar os melhores exemplos e atrair tecnologia, que é inexistente com vista uma maior exploração do mercado. Existem vários criadores nacionais que participam um pouco por todo mundo quer em exposições, feiras, eventos demonstrando grande capacidade criativa e é desta experiência que devemos aproveitar, pois o potencial de mercado é enorme.

Com o crescimento da população e da economia global, estima-se que em 2030 haja cerca de 2,5 biliões de consumidores na classe média, e se nada for feito em termos de alteração do ciclo linear, em 2050 prevê-se que a população consuma 3 vezes mais, em apenas 1 ano. Portanto, o excesso de consumo e o crescimento industrial, exigem dos poderes públicos, iniciativa privada e sociedade civil organizada uma nova abordagem de forma a conter a emissão de gases de efeito estufa e outros efeitos tóxicos da extracção de recursos que danificam o meio ambiente e mares, pondo em causas as espécies marinhas e poluição dos oceanos.

Portanto, os líderes empresariais são responsáveis em criar e desenvolver modelos de negócio sustentáveis que passam do modelo económico linear de extracção, fabrico, uso e descarte de produtos, que deve dar lugar a um novo modelo que permita a reutilização, a manutenção e a reciclagem.

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